Interpretação de Texto: dicas para mandar bem na Redação Enem

Quem não lê, mal ouve, mal fala, mal vê. A frase tem origem em Monteiro Lobato, e vale para mandar bem no Enem, Encceja ou vestibular. Veja as dicas de Interpretação de Texto

Fique de olho nas dicas de Interpretação de Texto porque é o que mais cai no Enem e nos vestibulares. Se você não consegue ‘ler e entender’ os enunciados das questões e da Redação, sem chance de ter uma boa nota.  Veja nesta aula gratuita como a Interpretação de Texto pode ajudar você na hora de produzir o texto dissertativo argumentativo da Redação.

Leia o texto sugerido com calma, para conseguir extrair tudo o que precisa. Ter papel e caneta à mão ajuda para ir anotando os pontos principais. Você aprende mais e melhor. O primeiro passo é você assistir a uma Introdução à Interpretação de textos em Charges e Imagens, que todo ano cai.

Dicas de Interpretação de Texto

Veja com a professora Mercedes Bonorino, do canal do Curso Enem Gratuito, as dicas de interpretação de texto no Enem:

Conferiu com a professora Mercedes? Ela é mesmo um show. Hora de continuar:

O escritor brasileiro Monteiro Lobato (1882-1948), autor de O Sítio do Pica-Pau Amarelo e muitas outras obras escreveu uma frase emblemática para quem está na meta de fazer uma boa redação: Quem mal lê, mal ouve, mal fala, mal vê. Com o tempo a versão popular mudou o começo para Quem não lê, e faz todo o sentido.

Aproveite esta aula com as dicas de Interpretação de Texto para ler com calma o que vai abaixo. interpretação alfinete

Agora, é hora de ler Luís Fernando Veríssimo 

Segurança

“O ponto de venda mais forte do condomínio era a sua segurança. Havia as mais belas casas, os jardins, os playgrounds, as piscinas, mas havia, acima de tudo, segurança. Toda a área era cercada por um muro alto.

Havia um portão principal com muitos guardas que controlavam tudo por um circuito fechado de TV. Só entravam no condomínio os proprietários e visitantes devidamente identificados e crachados1Mas os assaltos começaram assim mesmo. Ladrões pulavam os muros e assaltavam as casas.

Os condôminos decidiram colocar torres com guardas ao longo do muro alto. Nos quatro lados. As inspeções tornaram-se mais rigorosas no portão de entrada. Agora não só os visitantes eram obrigados a usar crachá.

Os proprietários e seus familiares também. Não passava ninguém pelo portão sem se identificar para a guarda. Nem as babás. Nem os bebês. Mas os assaltos continuaram.

Decidiram eletrificar os muros. Houve protestos, mas no fim todos concordaram. O mais importante era a segurança. Quem tocasse no fio de alta tensão em cima do muro morreria eletrocutado. Se não morresse, atrairia para o local um batalhão de guardas com ordens de atirar para matar. Mas os assaltos continuaram.

Grades nas janelas de todas as casas. Era o jeito. Mesmo se os ladrões ultrapassassem os altos muros, e o fio de alta tensão, e as patrulhas, e os cachorros, e a segunda cerca, de arame farpado, erguida dentro do perímetro, não conseguiriam entrar nas casas. Todas as janelas foram engradadas. Mas os assaltos continuaram.

Foi feito um apelo para que as pessoas saíssem de casa o mínimo possível. Dois assaltantes tinham entrado no condomínio no banco de trás do carro de um proprietário, com um revólver apontado para a sua nuca. Assaltaram a casa, depois saíram no carro roubado, com crachás roubados.

Além do controle das entradas, passou a ser feito um rigoroso controle das saídas. Para sair, só com um exame demorado do crachá e com autorização expressa da guarda, que não queria conversa nem aceitava suborno. Mas os assaltos continuaram.

Foi reforçada a guarda. Construíram uma terceira cerca. As famílias de mais posses, com mais coisas para serem roubadas, mudaram-se para uma chamada área de segurança máxima. E foi tomada uma medida extrema. Ninguém pode entrar no condomínio. Ninguém. Visitas, só num local predeterminado pela guarda, sob sua severa vigilância e por curtos períodos.

E ninguém pode sair.

Agora, a segurança é completa. Não tem havido mais assaltos. Ninguém precisa temer pelo seu patrimônio. Os ladrões que passam pela calçada só conseguem espiar através do grande portão de ferro e talvez avistar um ou outro condômino agarrado às grades da sua casa, olhando melancolicamente para a rua.

Mas surgiu outro problema.

As tentativas de fuga. E há motins constantes de condôminos que tentam de qualquer maneira atingir a liberdade.

A guarda tem sido obrigada a agir com energia.”

1 Adjetivo masculino: linguagem informal, receber crachá, ser identificado com um crachá

Parabéns se você chegou até aqui e leu o texto todo na íntegra!

Dicas para interpretar textos:

Ler é fundamental. Essa história de ‘passar os olhos’ é jeitinho, que não leva a bom porto. Agora, é hora de ver ad dicas de interpretação de texto para fazer os exercícios relacionados ao texto que você leu. Este é de autoria do cronista Luís Fernando Veríssimo.

O nome é ‘Segurança’, e faz parte do livro Novas Comédias da Vida Privada, editado em Porto Alegre, pela L&PM, em 1996.  Vamos aos Exercícios para você treinar Interpretação de Texto!

Exercícios de Interpretação de Texto

Questão 01 – O texto tem como título Segurança porque:

(A) a temática do texto é a falta de segurança nas grandes cidades, onde os condomínios fechados são sempre os mais atacados pela violência das ruas.

(B) a questão da segurança é abordada de maneira clara e científica, debaixo de uma análise sociológica bastante séria.

(C) a questão da segurança é abordada de maneira irônica, debaixo de um questionamento sobre o que é estar seguro.

(D) o maior problema das grandes cidades é justamente a falta de segurança.

Dica 1 – Que tal estudar um pouco mais sobre interpretação de textos para ficar sem nenhuma dúvida? Acompanhe esta aula de revisão e fique preparado para a Redação Enem – https://blogdoenem.com.br/interpretacao-de-texto-aula-3-redacao-enem/

Questão 02 – Depreende-se do texto que:

(A) um dos pontos altos de venda do condomínio era a beleza das casa, superada apenas pela perfeição dos playgrounds.

(B) os jardins e as piscinas eram incríveis, mas o ponto alto era justamente a altura dos muros do condomínio.

(C) desde o início havia assaltos no condomínio, mas após alguns deles, os assaltantes começaram a ser chachados .

(D) além de toda a beleza e conforto que o condomínio oferecia, havia a segurança, ponto mais forte de venda do local.

Dica 2 – Nesta aula de Redação Enem abordamos dois textos para exercitarmos interpretação: “O Pavão” de Rubem Braga e “Poeminha Sentimental” de Mario Quintana. Confira! – https://blogdoenem.com.br/interpretacao-de-texto-aula-2-redacao-enem/

Questão 03 – Infere-se do texto

(A) uma sequência narrativa que vai gradativamente acrescentando elementos de segurança a um local já vendido como seguro.

(B) a insegurança de se morar em um condomínio fechado com torres.

(C) a preocupação dos condôminos com as babás e os bebês.

(D) o perigo de andar por aí de carro, já que o perigo de assaltos é grande.

Dica 3 – O Exame Nacional do Ensino Médio está cada vez mais próximo, fique pronto para a Redação Enem com mais esta importante aula sobre interpretação textual – https://blogdoenem.com.br/interpretacao-de-texto-aula-1-redacao-enem/

Questão 04 – Em “Quem tocasse no fio de alta tensão em cima do muro morreria eletrocutado. Se não morresse, atrairia para o local um batalhão de guardas com ordens de atirar para matar”,pode-se subentender que

(A) fios de alta tensão tendem a matar mais pessoas que um batalhão de guardas.

(B) tocar um fio de alta tensão era algo comum no condomínio tratado na narrativa dada nesta aula.

(C) como a segurança era o mais importante no condomínio, corria-se o risco de morrer acidentalmente ao tocar o fio de alta tensão ou, se não acontecesse morte, ser literalmente fuzilado por um batalhão de guardas.

(D) o batalhão de guardas não conseguia controlar os fios de alta tensão, por isso fuzilava as pessoas que sobreviviam ao choque terrível que acontecia quando alguém os tocava.

Questão 05 – Da leitura do texto depreende-se que:

(A) embora o condomínio vendesse segurança, só garantia a tranquilidade de alguns poucos condôminos.

(B) as pessoas nunca prestam atenção aos limites de segurança dentro de um condomínio.

(C) somente as pessoas que entravam no condomínio eram perigosas, as que saíam eram sempre conhecidas dos seguranças.

(D) ironicamente há uma inversão de valores, ao final da crônica.

 Você consegue resolver estes exercícios?

Então resolva e coloque um comentário no post ou nas redes sociais, explicando o seu raciocínio e apontando a alternativa correta para cada questão. Quem compartilha a resolução de um exercício ganha em dobro: ensina e aprende ao mesmo tempo.

Ensinar é uma das melhores formas de aprender! Agora é hora de dar um salto de qualidade. Avance mais uma casa no tabuleiro do conhecimento com a professora Camilla e a Intertextualidade.

Aula Gratuita: Intertextualidade

Mas, se está difícil, assista a esta aula gratuita que você vai tirar muitas dúvidas. Ela trata das diversas intertextualidades. É com a professora Camila. Confira:

Mandou bem a professora Camila. Agora, é com você para se fixar nas dicas de interpretação de texto e mandar bem nas provas do Enem.

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