A intertextualidade e a literatura – Literatura Enem

Vem com a gente estudar intertextualidade (parte 2) para arrasar nas questões de literatura do Enem e dos vestibulares!

Literatura Enem: A intertextualidade é o diálogo entre dois textos, verbais ou não verbais. Isso quer dizer que nenhum texto origina-se do nada, ele sempre traz referência daquilo que já foi produzido.

Para aprender mais sobre intertextualidade e literatura, fique ligado(a) nesse post que, sem dúvida, irá te ajudar muito na hora de interpretar obras literárias e textos de diversos gêneros, no Enem ou no vestibular!

 

 

 

Canção do Exílio (Gonçalves Dias)

 

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá;

As aves, que aqui gorjeiam,

Não gorjeiam como lá.

 

Nosso céu tem mais estrelas,

Nossas várzeas têm mais flores,

Nossos bosques têm mais vida,

Nossa vida mais amores.

 

Em cismar, sozinho, à noite,

Mais prazer encontro eu lá;

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá.

 

Minha terra tem primores,

Que tais não encontro eu cá;

Em cismar — sozinho, à noite —

Mais prazer encontro eu lá;

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá.

 

Não permita Deus que eu morra,

Sem que eu volte para lá;

Sem que desfrute os primores

Que não encontro por cá;

Sem qu’inda aviste as palmeiras,

Onde canta o Sabiá.

 

Você já conhece o texto acima, certo? É a conhecidíssima Canção do exílio, escrita pelo poeta Gonçalves Dias no século XIX. Analisando o texto e a imagem que o segue, você não tem a impressão de que eles “conversam”? Pois então! Se temos dois textos e, entre eles, ocorre, claramente, intertextualidade, dizemos que se trata do recurso de uma maneira mais restrita. A Canção do exílio foi escrita no primeiro momento do romantismo brasileiro, quando o nacionalismo tinha grande destaque, devido ao momento em que o Brasil se rompia como colônia portuguesa. A partir de então, muitos outros escritores fizeram novos intertextos. Observe:

 

“Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,

Cantar o sabiá!” (Casimiro de Abreu)

 

“Minha terra tem palmares

Onde gorjeia o mar” (Oswald de Andrade)

 

“Minha terra não tem palmeiras…” (Mário Quintana)

 

“Um sabiá

Na palmeira, longe.” (Carlos Drummond de Andrade)

 

“Minha terra tem Palmeiras,

Corinthians e outros times” (Eduardo Alves da Costa)

 

Quando os textos fazem relação com outros textos, ou seja, quando ocorre a intertextualidade, o autor tem como objetivo a crítica, a reflexão ou, até mesmo, a releitura desses textos. O uso de outros textos no momento da produção de outro, funciona como uma reconstrução da busca dos sentidos daquele determinado tema, já que os textos se complementam, sendo que um tem a função de “clarear” o outro.

A intertextualidade não se dá à toa, mas sim através de um trabalho bastante específico: a leitura. Quanto mais experiente for o leitor, ou seja, quanto maior a bagagem literária daquela pessoa, que não só leu muitas coisas, mas que também as leu muito bem, ele terá mais possibilidades de entender antigas e futuras leituras, produzindo, até mesmo, seu próprio caminho, com textos excelentes.

Dessa maneira, quanto mais você lê, melhor e mais proveitoso será seu processo de leitura. Evidentemente, suas produções textuais terão maior aprimoramento conforme você incorpora essas leituras em seus textos, fazendo ligações, referências e esclarecimentos a partir de outras produções que estão presentes na sua bagagem literária!

O conceito de intertextualidade é muito fácil de entender! O que você precisa levar em conta é o quanto é importante fazer leituras de diversos gêneros e assuntos, para que seus textos, e, claro, sua compreensão textual, no Enem e no Vestibular, farão com que sua nota suba nas alturas!

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Agora que você entendeu a importância de intertextualidade, seguem algumas sugestões de temas para você praticar a produção textual e ficar por dentro da literatura brasileira: a religiosidade no Barroco brasileiro (poesia, artes plásticas, arquitetura); tensão entre religiosidade e sensualidade no Barroco brasileiro (poesia, artes plásticas); o bucolismo e os valores clássicos no Arcadismo brasileira (poesia, pintura).

 

O texto foi escrito pela professora Analice, formada em Letras pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – Unesp. Atualmente é mestranda em Literatura na Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, professora de português na rede particular de ensino da grande Florianópolis e colaboradora do Blog do Enem. Facebook: http://www.facebook.com/analice.andrade

 

 

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