Jorge Amado e Graciliano Ramos: a prosa modernista no Enem

Veja clássicos da literatura brasileira criados no Segundo Momento Modernista. Estão ali obras de Jorge Amado, Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, José Lins do Rêgo, e de Érico Veríssimo. Revise Literatura para o Enem e conquiste a tão sonhada vaga na universidade!

O período entre 1930 e 1945 foi o marco da estreia de alguns nomes mais significativos do romance brasileiro. Nesse post você irá conhecer a produção literária da segunda fase do modernismo, em prosa, para arrasar em literatura brasileira no Enem e Vestibular!

Neste ciclo do Modernismo, apresentando as mesmas preocupações dos poetas da década de 30, surgem autores que alcançam grande repercussão no Brasil e no exterior como José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, Jorge Amado e Érico Veríssimo.

A origem do Modernismo, você já sabe, está na Semana de Arte Moderna, de 1922. Confira agora os autores que foram destaque na Primeira Geração do Modernismo, com a professora Camila Brambilla, do Curso Enem Gratuito:

A prosa modernista

Eles criaram romances que se tornaram clássicos da literatura brasileira. Quatro destes cinco autores eram da Região Nordeste do país. Apenas Érico Veríssimo é que morava na Região Sul, no Rio Grande do Sul.1As transformações que se vivia no país com a revolução de 30 e em consequência o questionamento das tradicionais oligarquias, assim como os efeitos que a crise econômica mundial e os choques das ideologias levaram a posições mais definidas e engajadas.

Isto possibilitou a formação de um espaço favorável ao desenvolvimento de um romance caracterizado pela denúncia social, o que viria ser um documento da realidade brasileira, em que as relações eu/mundo chegariam a um alto grau de tensão.

Veja com o professor Rolo, do canal Curso Enem Gratuito, aulas exclusivas sobre a Primeira Geração e sobre a Segunda Geração do Modernismo, com as obras de maior destaque dentro deste movimento literário brasileiro.

Boa demais esta aula! Confira agora a característica de regionalidade aplicada aos romances modernistas desta fase.

O Regionalismo no Modernismo

O regionalismo, como busca contínua do homem brasileiro, recebe uma importância até então jamais atingida na literatura brasileira, chegando ao extremo as relações do personagem com o meio natural e social. Os escritores nordestinos recebem  um maior destaque, pois vivenciaram a transição de um Nordeste medieval para uma realidade capitalista e imperialista:

Em verdade este romance e o anterior, “Terras do sem-fim”, formam uma única história: a das terras do cacau no sul da Bahia. Nesses dois livros tentei fixar, com imparcialidade e paixão, o drama da economia cacaueira, a conquista da terra pelos coronéis feudais no princípio do século, a passagem das terras para as mãos ávidas dos exportadores nos dias de ontem.

E se o drama da conquista feudal é épico e o da conquista imperialista é apenas mesquinho, não cabe culpa ao romancista.  (Jorge Amado – prefácio do romance São Jorge dos Ilhéus)2

Jorge AmadoNas regiões de cana, a decadência dos banguês e engenhos, devorados pelas modernas usinas, também são outros temas abordados por esses autores.

Eles também focaram o  poder político nas mãos de interventores, as recorrentes secas acirrando as desigualdades sócias e fazendo com que a mão de obra se tornasse muito barata, assim como o intenso movimento migratório, a miséria e a fome.

Produção literária de Rachel de Queiroz

Rachel de Queiroz (1910- 2003) é marcada pelo forte caráter regionalista dos romances modernistas: o Ceará, sua gente, sua terra e as secas são referências em seus romances, escritos em uma linguagem de entendimento fácil. Ela foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras, e a primeira brasileira a ganhar o prêmio Camões.

Rachel ganhou fama e projeção aos dezenove anos de idade ao publicar O Quinze, em 1927. O livro narra a tristeza da seca no interior do Nordeste e a vida em meio à miséria. Em seus primeiros romances, O Quinze e João Miguel, os aspectos sociais e psicológicos estão presentes, ainda que o primeiro esteja em maior evidência que o segundo.

Em 2017, na data do centenário do aniversário de publicação de O Quinze,  Rachel de Queiroz, em 17 de novembro, o Google adaptou a logomarca para homenagear a autora. Veja como ficou bem legal: Caminho de pedras é o romance mais engajado e esquerdizante, social e político de Rachel de Queiroz. Foi publicado em 1937, ainda no início do Estado Novo de Getúlio Vargas.

A partir disso, em consequência da situação adversa, a romancista deixa de lado, aos poucos, o aspecto social passando a valorizar a análise psicológica, notada no romance As três Marias.

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Rachel de Queiroz

José Lins do Rego (1901 – 1957) usou de suas recordações da infância e da adolescência para compor seu clico da cana do açúcar, série de romances memorialistas que retratam a Zona da Mata nordestina.

O espaço de todo o ciclo é o engenho Santa Rosa, do coronel Paulino, avô do narrador Carlos de Melo, onde os filhos do empregados vivem soltos pelos engenhos e brincam com os meninos, na ingênua igualdade da infância, apesar dos preconceitos dos adultos:

– Você está um negro, me disse Tia Maria. Chegou tão alvo, e nem parece gente branca. Isto faz mal. Os meninos e Emília já estão acostumados, você não. De manhã à noite, de pés no chão, solto como um bicho. Seu avô ontem me falou nisto. Você é um menino bonzinho, não vá atrás destes moleques para toda parte. As febres estão dando por aí. O filho do Seu Fausto, no Pilar, há mais de um mês que está de cama. Para a semana vou começar a lhe ensinar as letras. 

No prefácio do romance Usina, José Lins do Rego faz um comentário sobre a situação dos meninos e dos moleques:

Com “Usina” termina a série de romances que chamei um tanto enfaticamente de “ciclo da cana de açúcar”.

A história desses livros é bem simples: – comecei querendo apenas escrever umas memórias que fossem as de todos os meninos criados nas casas-grandes dos engenhos nordestinos. […]

Ao lado dos meninos de engenho havia os que nem nome de menino podiam usar, os chamados “moleques de bagaceira”

A Segunda Geração dos Modernistas

Excelente este resumo. Vale a pena ver de novo para gabaritar nas questões de literatura sobre a prosa do Modernismo no Brasil. É tema recorrente nas provas do Enem.

Exercícios sobre a Prosa no Modernismo

1- (FUVEST) Como o próprio titulo indica, no Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles, os romances têm como referência nuclear já frustrada rebelião na Vila Rica do Século XVIII. No entanto, deve-se reconhecer que:

a) A base histórica utilizada no poema converte-se no lirismo transcendente e amargo que caracteriza as outras obras da autora.

b) As intenções ideológicas da autora e a estrutura narrativa do poema emprestam ao texto as virtudes de uma elaborada prosa poética.

c) A imaginação poética dá à autora a possibilidade de interferir no curso dos episódios essenciais da
rebelião, alterando-lhes o rumo.

d) A matéria histórica tanto alimenta a expressão poética no desenvolvimento dos fatos centrais quanto motiva o lirismo reflexivo.

2- (FUVEST-SP)  O Romantismo está para o Modernismo, assim como:

a) Inocência  está para   A carne.

b) A escrava Isaura   está para   A escrava que não é Isaura.

c) A escrava Isaura   está para   O cortiço.

d) Memórias póstumas de Brás Cubas   está para   Memórias do cárcere.

e) A Moreninha   está para   dom Casmurro.

Gabarito

1- D

2- B

O texto sobre a prosa modernista foi escrito pela professora Analice, formada em Letras pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – Unesp. Atualmente é mestranda em Literatura na Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, professora de português na rede particular de ensino de Florianópolis e colaboradora do Blog do Enem. Facebook: http://www.facebook.com/analice.andrade
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