Teorias demográficas – Geografia Enem

Revise as teorias demográficas e arrebente nas questões de geografia no Enem e nos vestibulares!

Teorias demográficas: Olá, tudo bem? Bom, você sabia que já somos mais de 7 bilhões de habitantes e esse número acaba sendo um grande motivo de estudo?

Quantos seremos em 2050? Tem como diminuir a população?

Muito já foi estudado sobre o crescimento populacional e vários pensadores lançaram suas teorias sobre o tema. Algumas teorias não apresentam fundamento algum, mas outras, por sua vez, por mais que não sejam mais atuais, representaram a verdade de uma determinada época.

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Dentre as teorias demográficas mais respeitadas e estudadas, temos:

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  • Teoria Malthusiana – Thomas Robert Malthus, em 1798 lança seu livro Ensaio sobre o princípio da população e segundo ele, a população mundial cresceria em um ritmo de uma progressão geométrica (1, 2, 4, 8, 16, 32, 64…), e a produção de alimentos cresceria lentamente, em ritmo de uma progressão aritmética (1, 2, 3, 4, 5, 6…).

Assim, em 1998, o crescimento da população teria sido 28 vezes maior do que o crescimento da produção de alimentos, ou seja, não existiriam alimentos para todos os habitantes da Terra, produzindo-se, portanto, uma situação drástica, em que a humanidade morreria de fome.

Malthus propôs como única solução,a “sujeição moral”, ou seja, a população deveria se privar dos desejos sexuais, com o objetivo de reduzir a natalidade, equilibrando o crescimento demográfico com a possibilidade de expansão da produção de alimentos.

Malthus estava certo? Estava, pois ele não chegou a ver o desenvolvimento no campo que a I Revolução Industrial proporcionou. Contudo, hoje esse pensamento é inconcebível, mas para a época, ele estava certo.

Na verdade, não é que haja falta de alimentos, mas sim, uma concentração nos países ricos, mesmo os que não são grandes produtores, pois eles detém o dinheiro.

  • Teoria Neomalthusiana – Baseada no pensamento de Malthus, inicia sua propagação no início do século XX, mas se firmou após a 2ª Guerra Mundial, com a explosão demográfica, ou também chamado de Baby Boom, ocorrida nos países, ditos na época, subdesenvolvidos. Isso ocorreu pela melhoria nas condições hidrossanitárias e medicinais, que fez diminuir a mortalidade, mas não teve influência no aumento da taxa de natalidade.

Para eles, que carregam a tendência caótica da visão de Malthus, se o crescimento não for interrompido, o planeta não terá mais tantos recursos para manter toda a população.

Economicamente, eles acusam diretamente os países pobres pelo aumento da população, dizendo: “o país só é pobre porque tem um elevado número populacional”, ou seja, muitos habitantes é igual a pobreza. Analisando esta frase, como explicamos o caso dos Estados Unidos, que tem a 4ª maior população do mundo? E a China, que tem a maior população do mundo, com praticamente 1,5 bilhão de habitantes e é a segunda maior economia do mundo?

Mesmo assim, para os Neomalthusianos, políticas de controle de natalidade, principalmente para pobres deveriam ser massificada, como alguns órgãos mundiais (ONU, FMI, Banco Mundial, UNICEF, entre outros) propuseram: a esterilização em massa de populações pobres (como foi feito na Índia e na Colômbia); distribuição gratuita de anticoncepcionais; assistência médica para uso de dispositivos intrauterinos (DIUs); divulgação de um modelo de família ideal, com no máximo dois filhos, em programas de televisão, na publicidade e no cinema.

  • Marxista ou Reformista – Essa teoria afirma que a população é numerosa porque o país é pobre, sendo basicamente oposta a dos Neomalthusianos. Ou seja, pelo país ser pobre, as famílias tem mais filhos para coloca-los para trabalhar. Esse cenário, vimos muito no interior, com o casal tendo terras para produzir, mas não tinham dinheiro para pagar mão de obra, com isso, tinham filhos e colocavam para trabalhar na “roça”.

Outro motivo que os reformistas viram para essa grande população, foi a falta de recursos básicos, como saúde e educação, que normalmente, fariam reduzir consideravelmente o crescimento da população. Por isso, para eles, o ideal era a implantação de um política de reformas sociais, como a redistribuição de renda por exemplo.

Estude mais sobre as teorias demográficas com nossa aula:

EXERCÍCIOS

1 – “O crescimento sem precedentes da população mundial nos últimos 50 anos, até alcançar 7 bilhões de pessoas neste ano, reavivou as preocupações sobre a chegada de uma grande crise demográfica.

David Lam, economista da Universidade de Michigan, explicou nesta sexta-feira que, apesar do crescimento da população, o planeta foi capaz de produzir alimentos suficientes para reduzir as crises de fome e a pobreza. No entanto, ainda há preocupações sobre uma possível crise demográfica no planeta, disse ele em discurso para especialistas em uma associação sobre estudos da população nos Estados Unidos […]”.

Último Segundo, 02 nov. 2011. Disponível em: <http://ultimosegundo.ig.com.br>. Adaptado.

A teoria demográfica que se preocupa em apontar o desequilíbrio negativo entre o crescimento demográfico e a produção de alimentos é a:

a) reformista

b) desenvolvimentista

c) malthusiana

d) explosão demográfica

e) agrodemográfica

2 – “[…] Agora começa a ganhar fôlego no meio acadêmico a escola dos neomalthusianos. Eles acham que a armadilha agora é gente demais vivendo num meio ambiente degradado demais. Em 2050, prevê-se, seremos 9,2 bilhões de pessoas – ou 2,5 bilhões a mais do que hoje”.

Revista Veja, ed. 2062, maio de 2008. Adaptado.

Os neomalthusianos, mencionados pelo texto, temem o rápido crescimento populacional frente à capacidade da sociedade e do planeta em lidar com esse crescimento, da mesma forma que pensava Thomas Malthus. No entanto, diferentemente do malthusianismo clássico, o neomalthusianismo:

a) impede que qualquer tipo de controle populacional seja implementado pelo Estado em termos de políticas públicas.

b) defende a difusão de métodos contraceptivos, planejamento familiar e outras medidas de redução da natalidade.

c) apregoa o retorno do crescimento das taxas da mortalidade como mal necessário frente à explosão demográfica

d) considera a necessidade de se impor um controle da moral da população, em que os casais só devem procriar se tiverem condições financeiras.

e) afirma que a única saída para a explosão demográfica é a migração em massa das regiões povoadas para áreas desabitadas.

3 – (FGV)

“Os países ricos, em função de sua renda mais elevada e consequente nível de consumo, são responsáveis por mais da metade do aumento da utilização de recursos naturais. A população dos países mais pobres do mundo paga, proporcionalmente, o preço mais elevado pela poluição e degradação das terras, das florestas, dos rios e dos oceanos, que constituem o seu sustento. Uma criança que nascer hoje em Nova lorque, Paris ou Londres vai consumir, gastar e poluir mais durante a sua vida do que 50 crianças em um país ‘em desenvolvimento’.”

(Adapt.) Relatório do Desenvolvimento Humano/ PNUD, 1998.

Baseando-se nos princípios explicativos das teorias demográficas, o texto acima:

a) Concorda com a teoria Reformista, que atribui ao excesso populacional a causa da miséria no mundo, constituindo uma ameaça aos recursos naturais necessários à sobrevivência humana.

b) Comprova a teoria Neomalthusiana, que defende a necessidade de controlar a natalidade nos países pobres para que eles possam atingir os níveis de desenvolvimento e consumo dos países ricos.

c) Nega a teoria Malthusiana, que defende a elevação do padrão de vida e de consumo nos países pobres, entendendo a fecundidade como uma variável independente a ser controlada.

d) Nega a teoria Neomalthusiana, que identifica uma população numerosa como principal causa do desemprego, pobreza e esgotamento dos recursos naturais.

e) Comprova a teoria Malthusiana, que associa crescimento populacional e esgotamento dos recursos naturais, defendendo a necessidade de reformas socioeconômicas para preservá-los.

GABARITO

1 – C

2 – B

3 – D

Os textos e exemplos acima foram produzidos pelo professor Leandro, formado em Geografa pela Udesc. Leandro é professor de Geografia em escolas da Rede Particular de Ensino da Grande Florianópolis.
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