Sujeito indeterminado é aquele que, embora existindo, não se pode determinar nem pelo contexto, nem pela terminação do verbo. Aprenda como identificá-lo nas frases!
O sujeito indeterminado frequentemente confunde os alunos por conta de outro tipo de sujeito: o oculto. Dessa forma, devemos primeiro entender o que é um sujeito e as diferenças entre eles. Depois, vamos entender a diferença entre sujeito oculto e indeterminado.
O que é o sujeito
O sujeito está inserido entre aquilo que se chama de termos essenciais da oração. Afinal, para que uma oração seja dotada de sentido, ela tem que, obrigatoriamente ter dois elementos, o sujeito e o predicado. Neste caso, [João] é o sujeito da frase e [tirar uma boa nota no Enem] é o predicado.
Bem simples, não é? Então, sujeito é aquele carinha que faz alguma coisa em uma oração, ele é o responsável por realizar a ação indicada na frase.
Macete no estudo dos Tipos de Sujeito:
quando temos dificuldade em identificar o sujeito, basta perguntas quem está realizando a ação. Quem precisa tirar uma nota boa? O João. Agora, o João me diz que tudo isso é tão fácil que não precisa de macete nenhum, afinal, o João é muito inteligente. Não duvido disso, mas há alguns casos em que o sujeito pode se tornar um cara mais complicadinho e, por isso, precisamos ficar ligados.
O sujeito e o verbo
Primeiramente, vamos entender que o sujeito é a palavra que age no verbo. Ou seja, ela dá um formato a ele. Por exemplo: eu falo, nós falamos.
Esses verbos mudaram de forma porque os pronomes eu e nós agem neles, ou seja, são o sujeito. Não se esqueça de que o sujeito pode executar a ação ou sofrê-la. Nesse sentido são conhecidos, respectivamente, como sujeito agente e sujeito paciente.
Observe a frase: “Os feridos foram socorridos pelo médico”.
Na frase acima, as palavras “os feridos” compõem o sujeito da oração. Isso porque o restante da frase faz referência aos feridos, declarando uma ação sofrida por eles.
Existem 5 tipos de sujeito:
- Simples;
- Composto;
- Oculto;
- Indeterminado;
- Oração Sem Sujeito (ou inexistente).
Resumo sobre os Tipos de Sujeito
Confira agora com a professora Mercedes Bonorino, do canal do Curso Enem Gratuito, os Tipos de Sujeito:
A partir de agora vamos nos aprofundar no 4º tipo de sujeito, que é o sujeito indeterminado.
O que é o sujeito indeterminado
Preste atenção ao que vou dizer agora: sujeito indeterminado não está na frase – nem expresso, nem oculto. A indeterminação do sujeito ocorre quando não se sabe se ele é singular ou plural, mesmo que o verbo esteja conjugado na 3ª pessoa do singular ou do plural. Em seguida, veja exemplos de frases com sujeito indeterminado:
“Estão conversando na sala desde ontem”.
“Pediram para sair daqui”.
“Precisa-se de candidatos para ocupar a vaga”.
O maior problema em relação ao sujeito indeterminado é quando achamos que não é possível saber exatamente o que ou quem ele é.
Nota-se esse fato quando se analisa a frase “Alguém bateu à porta”. Afinal, não se sabe quem bateu à porta, não é possível determinar quem fez, por isso deduz-se que o sujeito é indeterminado. Contudo, nesse caso, o sujeito é determinado.
A palavra que está agindo no verbo, que o deixa na 3ª pessoa do singular, é o pronome indefinido “alguém”. Portanto ele é sujeito determinado.
Tipos de sujeito indeterminado
A indeterminação do sujeito pode se apresentar de duas formas:
- Com verbos na 3ª pessoa do plural. Neste caso, o verbo é colocado na 3ª pessoa do plural, sem que se refira a nenhum termo identificado anteriormente (nem em outra oração). Por exemplo: “Telefonaram para você”.
- Com verbos na 3ª pessoa do singular + o pronome “se”. Por exemplo: “Trabalha–se de dia, descansa–se à noite.”
Diferença entre sujeito indeterminado e sujeito oculto
A fim de compreender a diferenciar sujeito indeterminado e sujeito oculto, voltaremos aos dois exemplos anteriores:
A) “Telefonaram para você.”
B) “Trabalha–se de dia, descansa–se à noite.”
Veja que em A o verbo está conjugado na 3ª pessoa do plural (eles) sem que apareça o pronome. No entanto, não se pode afirmar que o sujeito é oculto.
Isso ocorre porque não há como ter certeza de que foi mais de uma pessoa que telefonou. Assim, a mesma frase pode ser usada para a representação de que apenas uma pessoa ligou ou de que várias ligaram.
Enquanto isso, em B os verbos “trabalhar” e “descansar” estão conjugados na 3ª pessoa do singular acompanhados do pronome “se”, que nesse caso se chama índice de indeterminação do sujeito.
É exatamente ele que transforma essas orações em sujeito indeterminado. Nesse caso, é necessário que o verbo seja intransitivo, transitivo indireto ou de ligação.
Em contrapartida, se nós retirarmos o pronome se, teremos orações com sujeito oculto: “(Ele) Trabalha de dia, descansa à noite.”
Frases com sujeito indeterminado
Definitivamente, você só vai conseguir assimilar o que é sujeito indeterminado treinando. Por isso, confira mais algumas frases com sujeito indeterminado para treinar:
- “Estão batendo à porta.” “Assaltaram a vizinha.” “Deixaram este envelope para você.”
- “Precisa-se de secretárias.” “Vive-se bem aqui” Era-se feliz naquela época.”
VTI VI VL
Em todas essas situações, nós podemos considerar que uma ou que muitas pessoas “executaram” a ação: “Estão batendo” pode ser uma pessoa a bater ou mais. “Era-se feliz” uma pessoa ou, provavelmente, muitas pessoas eram felizes. Isso é indeterminação do sujeito.
Assim, também resolvemos a dúvida se sujeito indeterminado é inexistente.
Fique ligado! Frequentemente, os vestibulares apresentam questões sobre esse assunto. A partir de agora, tenho certeza de que você não vai ter mais dúvidas sobre as questões de identificação de sujeito indeterminado.
Questões sobre sujeito indeterminado
Questão 01 – (FUVEST SP/2019)
1 Mito, na acepção aqui empregada, não significa mentira, 2 falsidade ou mistificação. Tomo de empréstimo a formulação 3 de Hans Blumenberg do mito político como um processo 4 contínuo de trabalho de uma narrativa que responde a uma 5 necessidade prática de uma sociedade em determinado 6 período. Narrativa simbólica que é, o mito político coloca em 7 suspenso o problema da verdade. Seu discurso não pretende ter 8 validade factual, mas também não pode ser percebido como 9 mentira (do contrário, não seria mito). O mito político confere 10 um sentido às circunstâncias que envolvem os indivíduos: ao 11 fazê-los ver sua condição presente como parte de uma história 12 em curso, ajuda a compreender e suportar o mundo em que 13 vivem.
ENGELKE, Antonio. O anjo redentor. Piauí, ago. 2018, ed. 143, p. 24.
De acordo com o texto, o sujeito da oração “em que vivem” (Ref. 12-13), é:
a) Expressa indeterminação, cabendo ao leitor deduzir a quem se refere a ação verbal.
b) Está oculto e visa evitar a repetição da palavra “circunstâncias” (Ref. 10).
c) É uma função sintática preenchida pelo pronome “que” (Ref. 12).
d) É indeterminado, tendo em vista que não é possível identificar a quem se refere a ação verbal.
e) Está oculto e seu referente é o mesmo do pronome “os” em “fazê-los” (Ref. 11).
Questão 02 – (IFMT/2019)
(Disponível em: http://maisum.altervista.
org/2012/08/melhores-tiras-de-humor-2/).
Na frase do 1º quadrinho: “Consegui um excelente emprego”, o sujeito não aparece explicitamente, contudo pode ser identificado por meio da forma verbal destacada. Neste caso ocorre:
a) Oração sem sujeito.
b) Sujeito indeterminado.
c) Sujeito oculto.
d) Sujeito inexistente.
e) Sujeito composto.
Questão 03 – (Mackenzie SP/2018)
01 Carta do escritor Graciliano Ramos ao pintor Cândido Portinari
02 Rio – 18 – Fevereiro – 1946
03 Caríssimo Portinari:
04 A sua carta chegou muito atrasada, e receio que esta resposta 05 já não o ache fixando na tela a nossa pobre gente da roça. Não há 06 trabalho mais digno, penso eu. Dizem que somos pessimistas e 07 exibimos deformações; contudo as deformações e miséria existem 08 fora da arte e são cultivadas pelos que nos censuram.
09 O que às vezes pergunto a mim mesmo, com angústica, Portinari, 10 é isto: se elas desaparecessem, poderíamos continuar a trabalhar? 11 Desejamos realmente que elas desapareçam ou seremos também 12 uns exploradores, tão perversos como os outros, quando expomos 13 desgraças? Dos quadros que você mostrou quando almocei no Cosme 14 Velho pela última vez, o que mais me comoveu foi aquela mãe com 15 a criança morta. Saí de sua casa com um pensamento horrível: 16 numa sociedade sem classes e sem miséria seria possível fazer-se 17 aquilo? Numa vida tranquila e feliz que espécie de arte surgiria? 18 Chego a pensar que faríamos cromos, anjinhos cor-de-rosa, e isto 19 me horroriza.
20 Felizmente a dor existirá sempre, a nossa velha amiga, nada a 21 suprimirá. E seríamos ingratos se desejássemos a supressão dela, 22 não lhe parece? Veja como os nossos ricaços em geral são burros.
23 Julgo naturalmente que seria bom enforcá-los, mas se isto nos 24 trouxesse tranquilidade e felicidade, eu ficaria bem desgostoso, 25 porque não nascemos para tal sensaboria. O meu desejo é que, 26 eliminados os ricos de qualquer modo e os sofrimentos causados 27 por eles, venham novos sofrimentos, pois sem isto não temos arte.
28 E adeus, meu grande Portinari. Muitos abraços para você e para 29 Maria.
Graciliano
sensaboria: contratempo, monotonia
Assinale a alternativa correta.
a) A forma pronominal o (Ref. 5) refere-se ao substantivo trabalho, presente no período imediatamente posterior ao do emprego do pronome citado.
b) O verbo dizem (Ref. 06) denota que se está diante de um sujeito da ação indeterminado, sem uma referência precisa e relativo a comentários que eram familiares aos interlocutores da carta.
c) É opcional o uso do acento indicador da crase em a mim mesmo (Ref. 09), de acordo com as regras atuais de ortografia e acentuação.
d) O referente do pronome isto (Ref. 10) é mencionado anteriormente ao uso da forma pronominal indicada.
e) A forma pronominal lhe (Ref. 22) refere-se anaforicamente ao substantivo dor, presente no início do parágrafo.
Gabarito:
- E
- C
- B