Fósseis, comparações anatômicas, registros embrionários e órgãos vestigiais são alguns exemplos de evidências evolutivas da vida e das espécies que podem aparecer nas questões de Biologia do Enem ou dos vestibulares. É hora de revisar para mandar bem.
A evolução deixa rastros na história. Observando a natureza podemos encontrar uma série de pistas que nos ajudam a entender a evolução e a sequência de descendência das espécies.
Estas pistas ajudaram os primeiro evolucionistas a provar e embasar suas teorias. Hoje, elas continuam nos trazendo, como em uma “máquina do tempo”, fatos sobre a vida dos seres vivos do passado e o mecanismo de evolução. Vamos revisar?
Introdução à Evolução das Espécies
O primeiro passo é você fazer um “esquenta” assistindo à aula da professora Juliana Evelyn Santos, do canal do Curso Enem Gratuito, sobre a Origem da Vida. Depois, vamos para a Evolução das Espécies.
Muito bom este resumo da professora Juliana Evelyn Santos. Ela é do canal Curso Enem Gratuito. Agora, veja com os Fósseis, os Órgãos Vestigiais e as Comparações Bioquímicas, Anatômicas e Biológicas são utilizadas pela ciência para reconstruir a história da Evolução das Espécies.
O que são os Fósseis:
Os Fósseis representam as mais famosas pistas de que os seres vivos se modificaram ao longo do tempo. São considerados fósseis os restos mortais ou vestígios de seres vivos que viveram no passado. Podem ser marcas de pegadas, ossos, marcas de partes moles (como musculatura, escamas, pelos e penas) ovos e até mesmo fezes!
Porém, apesar de famosos, os fósseis são raros. Para que sejam formados são necessárias condições especiais, pois a matéria orgânica é decomposta muito rapidamente pela ação de diversos organismos (em alguma condições, até os ossos se desfazem em curto tempo).
Geralmente, as condições mais favoráveis são aquelas que impedem ou diminuem fortemente a ação dos microrganismos, como ambientes secos e/ou gelados.
As evidências que comprovam a Teoria da Evolução
Veja no resumo como é possível comprovar cientificamente os fundamentos estabelecidos por Charles Darwin:
Órgãos vestigiais:
São órgãos atrofiados, com pouca ou nenhuma função para o ser vivo em que se encontram. Podemos citar três exemplos bem simples para você não esquecer:
1 – Apêndice nos seres humanos: É um prolongamento de 2 a 5 cm entre o intestino grosso e o delgado, sem função digestória. Correspondia a um prolongamento do intestino que abrigava microrganismos importantes para a digestão da celulose muito consumida por nossos antepassados herbívoros.
2 – Ossos vestigiais de membros posteriores em baleias: As baleias possuem nadadeiras somente na parte dianteira do corpo. Mas, se analisarmos o esqueleto de algumas espécies, encontraremos vestígios de membros traseiros. Isto indica que esse animais são descendentes de antepassados com pernas que se adaptaram à água, tendo as patas dianteiras transformadas em nadadeiras e as traseiras eliminadas.
3 – Ossos vestigiais de membros posteriores em serpentes: Muitas serpentes têm em seu esqueleto vestígios de patas, o que, assim como nas baleias, indica que seus antepassados possuíam quatro patas. Ao adaptarem-se a locomoção rastejante pela grama ou entre fendas de rochas (o que produz uma excelente camuflagem), a ausência de membros foi selecionada como mais vantajosa.
*Atenção: Muitas vezes, quando falamos de órgãos vestigiais, é comum a confusão com a lei do uso e desuso de Lamarck. Por exemplo: “as patas das serpentes foram sendo cada vez menos utilizadas e por isso se atrofiaram”. Não é isso que acontece.
Segundo o neodarwinismo, podemos dizer que mutações produziram indivíduos com membros menores que os levaram a rastejar e isto se mostrou uma vantagem que foi selecionada pelo ambiente positivamente como uma condição favorável à sobrevivência.
Dica 1: Antes de continuar estudando as evidências evolutivas, que tal revisar as ideias de Darwin? Então, veja este post sobre darwinismo, com aulas da Khan Academy e dicas da professora Juliana Santos: https://blogdoenem.com.br/biologia-evolucao-darwinismo/
Comparativo entre Darwin e Lamarck
Confira agora com a professora Claudia Aguiar, que dá aulas de Biologia no canal do Curso Enem Gratuito, as principais diferenças entre Charles Darwin, com a Teoria da Evolução das Espécies, e Jean-Baptiste Lamarck, com a Lei do Uso e Desuso.
Dica 2: Quer saber um pouco mais sobre a vida de Darwin e o contexto social em que o livro “A origem das espécies” foi publicado? Então veja o post a seguir com curiosidades super legais sobre o naturalista: https://blogdoenem.com.br/biologia-evolucao-darwin-selecao-natural/
As Comparações bioquímicas:
Os seres vivos são construídos basicamente a partir do seu DNA e das proteínas que ele produz. Sendo assim, quanto maior a diferença entre as proteínas e os ácidos nucleicos de duas espécies, mais distantes evolutivamente elas estão.
Dessa maneira, estudos que comparam partes do DNA que codificam determinadas proteínas podem indicar o grau de parentesco entre duas espécies. Por exemplo: se compararmos a hemoglobina dos chimpanzés com a dos humanos, veremos que elas são exatamente iguais, indicando uma grande proximidade evolutiva entre as duas espécies.
A comparação entre o DNA das espécies nos permite, por exemplo, dizer que compartilhamos aproximadamente 98,6% das sequências de aminoácidos dos chimpanzés, 94,5% do macaco Rhesus e 80% da sequência dos ratos comuns.
Esse decréscimo de semelhança indica, por exemplo, um parentesco cada vez menor, mostrando uma maior distância evolutiva entre os ratos e os seres humanos do que entre os seres humanos e os chimpanzés.
Dica 4: Para gabaritar nas questões sobre evolução, veja o post a seguir sobre Neodarwinismo (tem vídeo-aulas da Khan Academy e do professor Paulo Jubilut): https://blogdoenem.com.br/darwin-evolucao-neodarwinismo/
Agora, para entender um pouco melhor a utilização da comparação anatômica para o estudo da evolução, veja esta outra vídeo-aula do canal Curso Enem Gratuito, com a professora Juliana Evelyn Santos:
Comparação anatômica e embriológica:
Quando comparamos a anatomia e os embriões dos seres vivos, podemos, muitas vezes, encontrar pistas de seu parentesco. É fácil observar, por exemplo, as semelhanças entre os seres humanos e os demais primatas (presença de polegares opositores, grande volume cerebral, infância prolongada…).
Além disso, espécies que, quando adultas são muito diferentes, podem mostrar semelhanças em seus embriões, podendo indicar algum parentesco ou descendência. Quando observamos estruturas que possuem a mesma origem embrionária com grandes semelhanças anatômicas, originadas de um mesmo ancestral, dizemos que são estruturas homólogas.
As estruturas homólogas podem possuir diferentes funções, pois permitiram a adaptação aos diferentes ambientes, ocasionada por uma divergência evolutiva. Um bom exemplo de estrutura homóloga que sofreu divergência evolutiva é o braço humano, a nadadeira de uma baleia e a asa de um morcego.
Todas estas estruturas possuem o mesmo padrão de construção durante a embriogênese e semelhanças anatômicas. Isso indica que toda elas evoluíram a partir de um mesmo órgão (a pata), que se adaptou a funções diferentes. A partir da embriologia e da comparação da anatomia, podemos observar também, que as asas das aves e dos insetos têm origem e anatomia diferentes.
Apesar disso, desempenham a mesma função. Dessa maneira, dizemos que são estruturas análogas. É importante salientar também que, apesar de ambos os grupos citados terem asas, não possuem parentesco.
A presença de asas nas aves e nos insetos se deve então a um processo chamado de convergência evolutiva, onde órgãos não relacionados adaptaram-se de maneira semelhante ao mesmo ambiente.
E aí, curtiu o post? Já sabe tudo sobre as principais evidências evolutivas? Beleza! Vamos então testar seus conhecimentos?
1) (VUNESP-2006) Pode-se dizer que os pelos estão para as penas assim como:
a) as asas de um morcego estão para as asas de uma ave, sendo essas estruturas consideradas homólogas.
b) as asas de um inseto estão para as asas de um morcego, sendo essas estruturas consideradas homólogas.
c) as unhas estão para os dedos, sendo essas estruturas consideradas homólogas.
d) as pernas de um cavalo estão para as pernas de um inseto, sendo essas estruturas consideradas análogas.
e) as nadadeiras de uma baleia estão para as nadadeiras de tubarão, sendo essas estruturas consideradas análogas.
Resposta: A.
2) (UFSCar-2006) Considere os seguintes pares de estruturas:
I. Folhas de uma laranjeira e espinhos de um cacto.
II. Penas de uma ave e pelos de um mamífero.
III. Asas de um morcego e asas de uma borboleta.
Para cada par, pode-se dizer que as estruturas citadas em:
a) I e II são homólogas e as citadas em III são análogas.
b) I e III são homólogas e as citadas em II são análogas.
c) II e III são homólogas e as citadas em I são análogas.
d) I e II são análogas e as citadas em III são homólogas.
e) II e III são análogas e as citadas em I são homólogas.
Resposta: A.
3) (UFSCar-2005) O programa Fantástico, exibido pela Rede Globo em 01.08.2004, apresentou em um de seus quadros um provável animal do futuro, uma possível espécie de ave que poderá existir daqui a alguns milhões de anos. Por essa época, o encontro entre massas continentais provocará o aparecimento de imensas cordilheiras, muito mais altas que as atualmente existentes. Segundo o programa, nesse ambiente possivelmente existirão aves portadoras de 2 pares de asas, o que lhes garantiria maior sustentação em condições de ar rarefeito. Essas aves seriam as descendentes modificadas de espécies atuais nas quais há apenas um par de asas. Se isso realmente ocorrer, e considerando que o par de asas das aves atuais é homólogo aos membros anteriores de mamíferos e répteis, é mais provável que esse novo par de asas:
a) seja homólogo ao par de pernas das aves atuais.
b) seja análogo ao par de pernas das aves atuais.
c) seja homólogo ao par de asas das aves atuais.
d) apresente os mesmos ossos das asas atuais: úmero, rádio e cúbito (ulna).
e) apresente novos ossos criados por mutação, sem similares dentre os das aves atuais.
Resposta: A
4) (UEPB-2006) Observe a figura abaixo:
Sobre as estruturas locomotoras acima representadas, podemos afirmar que são:
a) Homólogas, porque têm a mesma função e a mesma origem.
b) Homólogas, porque têm a mesma função e origens diferentes.
c) Análogas, porque têm a mesma função e a mesma origem.
d) Análogas, porque têm a mesma função, mas possuem origens diferentes.
e) Homólogas, porque têm funções diferentes, mas possuem a mesma origem.
Resposta: D.
5) (UFMG-2007) Observe estas figuras de diferentes vertebrados marinhos:
É CORRETO afirmar que a convergência adaptativa comum a todos esses animais consiste em terem todos:
a) forma do corpo e membros semelhantes a remos.
b) linha lateral e corpo revestido por escamas.
c) nadadeiras e brânquias nas laterais do corpo.
d) pescoço comprido e dentes afiados.
Resposta: A
Dica 4: Que tal saber um pouco mais sobre a vida de Darwin e o contexto social em que o livro “A origem das espécies” foi publicado? Então veja o post a seguir com curiosidades super legais sobre o naturalista: https://blogdoenem.com.br/biologia-evolucao-darwin-selecao-natural/
Dica 5: Precisa revisar mais conteúdos de biologia? Veja os vídeos de Biologia da Khan Academy já traduzidos para o Português pela equipe da Fundação Lemann no http://www.fundacaolemann.org.br/khanportugues/#videos
Dica 6: Quer treinar seus conhecimentos em Biologia? Baixe esta apostila de biologia gratuitamente! https://blogdoenem.com.br/biologia-enem-apostila-gratuita/
Os textos e exemplos acima foram preparados pela professora Juliana Santos para o Blog do Enem. Juliana é formada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Santa Catarina. Dá aulas de Ciências e Biologia em escolas da Grande Florianópolis desde 2007. Facebook: https://www.facebook.com/juliana.evelyndossantos .