Ciclo do café no Brasil: resumo e questões

Depois do pau-brasil, do açúcar e do ouro, o café tomou a liderança das exportações no Brasil. Saiba como o ciclo do café se desenvolveu no Brasil e quais suas características!

No mundo inteiro, dentro e fora do Brasil, o café é uma bebida extremamente popular. Consumido nos mais variados grãos, acessível aos mais diferentes preços e degustado nas mais diversas formas (com leite, com água, gelado, adoçado, amargo, etc.), esse produto foi o carro chefe da nossa economia por muito tempo. Entenda o que foi o ciclo do café e teste seus conhecimentos com as questões no final do post!

O início do ciclo do café no Brasil

Para iniciar seus estudos, confira a aula do professor Felipe para o Curso Enem Gratuito. Ele fala sobre o contexto econômico do Segundo Reinado, quando o ciclo do café teve início. Depois, aprofunde seus estudos com a aula escrita.

A chegada do café no Brasil ocorre na metade do século XVIII, quando Francisco de Melo Palheta recebeu sementes e mudas de café provenientes da Guiana Francesa, já que atuava no Pará. Ainda no mesmo século, a planta é disseminada pelo Sudeste brasileiro.

A planta é originária da Etiópia e seu consumo remonta ao início da Idade Medieval. Mas o processamento dos seus grãos precisou passar por muitas culturas até se tornar algo parecido com a bebida que consumimos hoje. O fato é que o café já era um sucesso mundial quando o Brasil começou a enriquecer com seu cultivo, consumo e exportação.

Com o declínio do ciclo do ouro e da cana-de-açúcar, era bem-vindo qualquer outro produto que ganhasse destaque no mercado internacional. Sua difusão no Sudeste, que coincidiu com perdas nas lavouras cafeeiras indonésias e haitianas, fez do café um forte produto na nossa economia.

Os latifundiários brasileiros que investiram na sua produção ganharam tanto dinheiro que passaram a ficar conhecidos como os “Barões do Café”.

Lavrador - Ciclo do café
“O lavrador de café”, de Candido Portinari. Fonte: http://twixar.me/nKw1

A importância do Sudeste para o ciclo do café

O Sudeste brasileiro tem uma importância ímpar para a economia brasileira. Em 1763, o Rio de Janeiro tornou-se a capital da colônia por sua localização estratégica no escoamento do ouro que vinha da região das minas. A localização, posteriormente, passou a ser importante para o escoamento de outros produtos, como o café, onde também passou a ser cultivado.

Damos destaque aqui para a região do Vale do Paraíba, localizada na divisa entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro (na época do império, províncias). Popularizou-se o termo “O Brasil é o Vale”, em alusão à importância que a região adquiriu.

Contudo, após um período de decadência, as lavouras precisaram ser estendidas para o Oeste Paulista e Minas Gerais, que também tornaram-se referência no cultivo do café.

Em virtude da ampliação dos cafezais, a transformação espacial se fez evidente: boa parte da Mata Atlântica acabou sendo derrubada para o cultivo e ferrovias passaram a ser instaladas por todo o sudeste para transportar o produto. Ainda no século XIX o Brasil chegou a produzir cerca de um terço do café mundial!

Os proprietários das lavouras e negociadores do produto compunham a elite econômica do país, passando a ampliar ainda mais sua influência no governo.

Eles também passaram a ser os principais investidores da iniciativa privada brasileira, colocando dinheiro na construção de indústrias e meios de transporte. É conhecido deste período Irineu Evangelista de Souza, o barão de Mauá, um empresário brasileiro que muito enriqueceu com a política protecionista da Tarifa Alves Branco, implementada no contexto do crescimento econômico do café.

Mão de obra negra e imigrantes

Quando o café ganhou destaque nos setores de exportação, o Brasil ainda era um país escravocrata. Nosso país foi o último a abolir a escravidão na América.

Além disso, essa mudança foi um processo lento e controlado pelo governo, que efetivamente começou com a Lei Eusébio de Queirós, em 1850, proibindo o tráfico de escravizados da África para o Brasil.

Como projeto de sociedade (para um branqueamento populacional) e substituição da mão de obra negra, foram incentivadas migrações de europeus para terras brasileiras.

Imigrantes - Ciclo do café
Imigrantes europeus recém-chegados no Brasil. Fonte: http://twixar.me/vKw1

Vinham espanhóis, portugueses, alemães e italianos. Os últimos se destacam pelo elevado número de famílias vindas para cá e por terem ocupado, principalmente, o estado de São Paulo.

Vale lembrar que tanto alemães quanto italianos eram refugiados das guerras de unificação. Posteriormente, já no inicio do século XX, japoneses também passaram a vir para o Brasil para trabalhar em lavouras. Dessa forma, o ciclo do café, no mesmo sistema de plantation, se manteve com mão de obra africana, afrodescendente, europeia e, posteriormente, asiática.

Paródia sobre o ciclo do café

Antes finalizar o conteúdo sobre o ciclo do café, confira a paródia do professor Felipe:

Passagem para a República

O Império Brasileiro passa a ruir após a Guerra do Paraguai, quando atritos com altas patentes do exército começam a surgir. O episódio final que pôs abaixo o governo monárquico foi a assinatura da Lei Áurea, que significava o rompimento dos últimos laços da família real com a elite econômica do país.

Instaurando-se a República dos Estados Unidos do Brasil, os barões do café viram um caminho livre para ocupar postos no governo (pelo menos após o período conhecido como República da Espada).

Denominamos de República Velha esse período estabelecido entre 1889 e 1930. Ele é caracterizado pelo controle político das oligárquicas agrárias através do voto de cabresto e da indicação de líderes políticos, inclusive de presidentes.

Na República Velha, o café continua sendo o principal produto de exportação. Mas já há uma maior diversidade de investimentos internos, como a instalação de fábricas, onde muitos imigrantes europeus passaram a trabalhar devido a sua experiência da Revolução Industrial no Velho Mundo.

A partir de 1929, com a crise das ações na bolsa de valores nos Estados Unidos, as exportações do café são atingidas e as oligarquias cafeeiras mineira e paulista se veem enfraquecidas.

É nesse momento que, em 1930, Getúlio Vargas lidera homens do Rio Grande do Sul até o Rio de Janeiro para derrubar o governo de Washington Luís e garantir que Minas Gerais e São Paulo não recuperem seu monopólio político. A partir de então, o Brasil passa a se industrializar cada vez mais, porém, sem nunca deixar de ser o país dos latifúndios e plantations.

Questões sobre o ciclo do café

Por fim, responda às questões sobre o ciclo do café e saiba como o assunto cai no Enem e nos vestibulares:

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Angelo Antônio de Aguiar

Os textos acima foram preparados pelo professor Angelo Antônio de Aguiar. Angelo é graduado em história pela Universidade Federal de Santa Catarina e metre em ensino de história na mesma instituição. Dá aulas de história na Grande Florianópolis desde 2016.
Categorias: História, Simulado História, Simulados Enem
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