Confira as bases da Civilização Hebraica desde a antiguidade. A história dos Judeus é milenar, e está na raiz das tradições culturais e religiosas ocidentais. Entenda o que é o Estado de Israel, a Diáspora Judaica, e as perseguições e o Holocausto na Segunda Guerra Mundial.
História Enem: É hora de revisar as origens, a cultura dos hebreus e sua relação direta com a organização social e política que surge no oriente próximo e que influenciou a formação da cultura judaico-cristã do Ocidente. Para facilitar a sua compreensão, tenha em mente que os hebreus são mais conhecidos na atualidade como Judeus.
Veja os elementos culturais desse povo responsável pela primeira experiência monoteísta duradora em nossa história, e que de certa forma influenciou e ainda influencia a as relações entre povos em todo o planeta.
A história contemporânea dos Judeus está marcada pela perseguição e o extermínio programado que foi realizado pelo regime nazista alemão antes e durante a Segunda Guerra Mundial. Você pode ver a história do Holocausto aqui em aula completa sobre o Holocausto Judeu.
A Civilização Hebraica
Mas, para você entender a origem da cultura judaica e as origens dos Hebreus, veja aqui a origem dos Hebreus (o povo judaico). Vamos começar antes e mesmo durante o domínio e hegemonia greco-romana durante a idade antiga, diversos outros povos como os mesopotâmios exerceram forte influência por todo o oriente próximo e leste do mediterrâneo.
Introdução aos Hebreus
Veja agora como professor Felipe de Oliveria, do canal do Curso Enem Gratuito, um resumo completo sobre os povos Hebreus:
Nesta oportunidade falaremos sobre os egípcios, que se originaram e desenvolveram nesta região, embora não estivessem propriamente no chamado Crescente Fértil, região irrigada pelos rios Tigre e Eufrates.
A Origem dos Hebreus:
Os chamados Hebreus ocuparam uma região bastante árida, conhecida como Palestina, situada a sudoeste do atual Líbano. Tal região está subdividida em duas partes com base em sua posição em relação ao principal rio da região, o rio Jordão. Assim sendo, a leste do Jordão estava a Transjordânia e a oeste a Cisjordânia.
Uma diferença em relação ao Egito antigo e a Mesopotâmia era a capacidade hídrica do Jordão, em nada comparada ao Nilo, Tigre e Eufrates, reduzindo de maneira drástica o potencial agrícola da região. Ou seja, o solo palestino era infértil e o clima da região bastante seco.
A principal fonte histórica a respeito do surgimento dos hebreus é a Bíblia, precisamente o antigo testamento, bem como pesquisas arqueológicas na região e o próprio estudo histórico acerca dos povos vizinhos, que foram de extrema importância para esta civilização.
Segundo o livro Gênesis, os hebreus descenderiam de Tare, de origem semita (grupo étnico descendente de Sem, filho de Noé, o construtor da Arca), que abandonou a cidade mesopotâmica de Ur e estabeleceu-se mais ao sul.
Os semitas originaram duas importantes civilização que até hoje disputam aquela região. De um lado os Hebreus, também conhecidos como Judeus (falaremos sobre o desenvolvimento da religião ainda neste post) e os árabes.
O próprio velho testamento é bastante rico ao falar sobre judeus e outros povos que migraram e ocuparam aquela região por volta de 1700 – 1500 a.C.
Após a morte de Tare, a liderança da tribo hebraica passou a Abraão que teria recebido a ordem divina de ocupar Canaã, a chamada terra prometida, “projeto” consolidado por seu neto Jacó que posteriormente adotou o nome de Israel.
A tradição das 12 tribos
Segundo a tradição judaica as 12 tribos que compõe esse povo teriam origem a partir deste patriarca.Fonte: http://pt.slideshare.net/sophiaours/antiguidade-oriental-hebreusNa imagem a seguir temos um mapa da palestina antiga subdividida com base na área ocupada por cada uma das tribos judaicas, todas elas formadas, segundo a tradição, pelos filhos do Patriarca Israel (Originalmente Jacó, neto de Abraão)
A História deste povo, haja vista a importância dos relatos bíblicos, é permeada de mitos e elementos simbólicos e por isso carentes de provas científicas. Assim sendo, embora seja difícil precisar a veracidade dos fatos, uma forma de fazê-lo é confrontar com elementos históricos dos demais povos da região.
Cativeiro Egípcio e Êxodo:
Segundo os relatos bíblicos parte desse povo invadiu e se estabeleceu no Egito por cerca de quatrocentos anos, estando aliados aos Hicsos, líderes da invasão, os judeus tiveram bastante liberdade e ocuparam importantes cargos dentro do novo governo egípcio.
Entretanto, com a expulsão dos Hicsos e retomada do poder pelos egípcios, os hebreus seriam submetidos a condição de escravos, praticamente.
Neste contexto surge a liderança de Moisés, que além de organizar a fuga do Egito e retorno a Palestina também terá grande importância para a consolidação do monoteísmo, quando os judeus passam a adorar um deus único, chamado Jeová (ou Iavé).
Foi justamente durante tal fuga, que teria durado por volta de quarenta anos, que supostamente Moisés teria aberto o mar vermelho e recebido de deus os 10 mandamentos.
Os hebreus finalmente retornaram a Palestina sob a liderança de Josué, após a morte de Moisés, conquistando parte da região.
Organização Política dos Judeus:
Patriarcado: Do ponto de vista político os judeus viveram três tipos de organização. Inicialmente o poder era dividido entre os patriarcas, o povo então era dividido em grandes famílias ou clãs, chefiados pelo homem mais velho.
Entretanto as rivalidades entre esses chefes acabavam por enfraquecer os judeus que ficavam suscetíveis a invasões de outros povos.
Juizado: Diante da ineficiência do patriarcado, surgiram chefes militares e políticos com poder superior aos patriarcas e capazes de organizar as formas judaicas para expulsar invasores como os Filisteus e Amoritas.
Consequência disso foi o desenvolvimento da monarquia quando o juiz Samuel centralizou o poder político. Do ponto de vista religioso o monoteísmo já havia unificado os judeus.
A Monarquia: veja os Reis dos Judeus:
- Saul (1010 a.C. a 1006 a. C.): Considerado o primeiro Rei de Israel.
- Davi (1006 a.C a 966 a.C.): Período marcado pela expansão militar e prosperidade da civilização judaica. Estabeleceu Jerusalém como capital do reino de Israel.
- Salomão (966 a.C a 926 a.C): Filho e herdeiro de Davi, ficou conhecido pela sabedoria em suas decisões, pelo grande Templo que mandou construir segundo orientação divinas e pelo desenvolvimento do comércio. Entretanto, a cobrança abusiva de impostos para a manutenção dos luxos da corte terminou por criar um ambiente de grande insatisfação popular.
Cisma Político e Religioso: Após a morte de Salomão os judeus se dividiram em dois reinos.
O Reino de Israel
- O Reino de Israel estava situado ao norte e composto por 10 tribos, em 878 a.C aclamaram Omri como rei. Neste reino, apesar da resistência do culto monoteísta, o culto a outros deuses foi retomado e o movimento profético teve grande influência, sobremaneira entre a população mais pobre.
- Por volta de 842 a.C. o profeta Elias deu um golpe de estado, e com o apoio da população mais oprimida coroou Jahu. Porém, o reino de Israel seria conquistado por Sargão II, rei dos assírios por volta de 722 a.C.
O Reino de Judá
- O Reino de Judá era composto pelas duas tribos restantes manteve-se fiel ao monoteísmo e conservou Jerusalém como capital. Durante a invasão assíria o Rei Ezequias (725 a.C. a 697 a.C.) aliou-se aos egípcios para conter o avanço dos invasores, mesmo assim uma parte do território de Judá foi fatalmente ocupada.
- Sob o reinado de Josias (639 a.C. a 609 a.C) toda a região foi alvo de disputa entre Egito e Império Babilônico. Nabucodonosor II, rei da Babilônia invadiu a região e destruiu o grande Templo do rei Salomão.
- Além disso, o rei e cidadão mais ricos foram levados a Babilônia como reféns e lá permaneceram por 50 anos. Este episódio é retratado na Bíblia como “Cativeiro Babilônico”.
A Diáspora Judaica:
Após a conquista dos Persas em relação a Babilônia os hebreus mantidos em cativeiro foram libertados e retornaram para o reino de Judá. Gradativamente as diferenças entre Israel e Judá foram superadas e as 12 tribos judaicas novamente unificaram-se e iniciaram a reconstrução do Templo de Salomão.
Todavia, ao longo dos próximos séculos a região seria sistematicamente ocupada por invasores até a chegada dos romanos na região. Diante das diferenças religiosas entre romanos e hebreus, quando os primeiros passam a interferir nas crenças hebraicas e os últimos negam-se a reconhecer a divinização do Imperador Romano, por ordem do general romano Tito Jerusalém é destruída e o povo hebreu acabou por dispersar-se pelo mundo.
Cultura e Religião dos Judeus:
Conforme dito anteriormente, os hebreus foram responsáveis pela primeira experiência duradora de um culto monoteísta. Além disso, a influência da religião judaica para o surgimento do cristianismo e islamismo é impar. Além disso, toda a história dos judeus pauta-se pela relação intrínseca deste povo em relação a sua religião.
O Antigo Testamento é o livro sagrado dos Judeus, os livros Gênesis, o Êxodo, o Levítico, os Números e o Deuteronômio fazem parte da chamada Torá. O Talmude, por sua vez reúne muitas tradições orais e é dividido em quatro livros: Mishnah, Targumin, Midrashim e Comentários.
Os judeus possuem muitos rituais simbólicos e datas importantes dentro de seu próprio calendário, seus sacerdotes são conhecidos como Rabinos e seus templos denominados Sinagogas.
Entre os rituais, podemos citar a circuncisão dos meninos (aos 8 dias de vida) e o Bar Mitzvah que representa a iniciação na vida adulta para os meninos e a Bat Mitzvah para as meninas (aos 12 anos de idade). As datas das festas religiosas dos judeus são móveis, pois seguem um calendário lunisolar.
As principais são as seguintes: Purim – os judeus comemoram a salvação de um massacre elaborado pelo rei persa Assucro; Pessach – quando comemora-se a libertação da escravidão do povo judeu no Egito, em 1300 a.C.; Shavuót – celebra a revelação da Torá ao povo de Israel, por volta de 1300 a.C.; Rosh Hashaná – é comemorado o Ano-Novo judaico; Yom Kipur – considerado o dia do perdão.
Os judeus fazem jejum por 25 horas seguidas para purificar o espírito; Sucót – refere-se a peregrinação de 40 anos pelo deserto, após a libertação do cativeiro do Egito; Chanucá – comemora-se o fim do domínio assírio e a restauração do tempo de Jerusalém; Simchat Torá – celebra a entrega dos Dez Mandamentos a Moisés.
A imagem retrata o Muro das Lamentações Trata-se do único vestígio do antigo Templo de Herodes, erguido por Herodes o Grande no lugar do Templo de Jerusalém inicial.
É a parte que restou de um muro de arrimo que servia de sustentação para uma das paredes do edifício principal e que em si mesmo, não integrava o Templo que foi destruído pelo general Tito.
Muitos fieis judeus visitam o Muro das Lamentações para orar e depositar seus desejos por escrito. Antes da sua reabilitação por Israel, após a Guerra dos Seis Dias, em 1967, o local servia de depósito para incineração de lixo.
O Holocausto Judeu na 2ª Guerra
Durante a segunda grande guerra milhões de Judeus foram perseguidos, explorados, expropriados e posteriormente mortos pelo regime nazista alemão no episódio conhecido como HOLOCAUSTO (palavra de origem hebraica que significa sacrifício).
Veja o que foi o Nazismo para entender o Holocausto Judeu
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Após o conflito, a recém criada Assembléia Geral das Nacões Unidas (ONU) regulou a divisão da palestina e a conseqüente criação do Estado de Israel em novembro de 1947, quando os Judeus puderam finalmente retornar a terra prometida.
No entanto, a região é dominada e cercada por diversas nações de origem Árabe, o que resultou em novos conflitos político-religiosos que até hoje resultam em mortes e tentativas de negociar a paz, mas este é um assunto que será discutido em outra oportunidade.