Teste seus conhecimentos sobre figuras de linguagem com 10 exercícios do Enem e de vestibulares! Também aproveite para ver exemplos de metáfora, metonímia e catacrese!
Figuras de linguagem são recursos que aparecem nos sons e estruturas sintáticas das palavras. Elas são utilizadas para tornar os textos mais expressivos. Por isso, elas caem em todo tipo de prova, como Enem, vestibulares, Encceja e concursos. Confira um resumo com exercícios sobre figuras de linguagem!
Em seguida, relembre o significado de algumas das principais figuras de linguagem:
Metonímia: ocorre com o uso de um nome no lugar de outro, pelo emprego da parte pelo todo, do efeito pela causa, do autor pela obra, do continente pelo conteúdo, etc. Por exemplo: “Vou saborear um belo prato“.
Comparação: ocorre quando se aproxima elementos de campos semânticos diferentes a fim de compará-los por meio de um termo gramatical específico. Exemplo: “Ela é linda como uma rosa”.
Metáfora: também é uma comparação, mas implícita. Diferentemente da comparação, na metáfora não há a utilização de conectivos. Por exemplo: “Ela é uma rosa”.
Hipérbole: se caracteriza pela expressão de uma ideia exagerada ou intensificada de algo ou alguém. Por exemplo: “Estou morrendo de sono”.
Catacrese: é utilizada para se referir a algo que não tem um nome no idioma, como “batata da perna” ou “asa da xícara”.
Sinestesia: ocorre quando há uma combinação de diversas impressões sensoriais. Por exemplo: “voz aveludada“.
Videoaula sobre figuras de linguagem
A fim de entender melhor a utilização de cada figura de linguagem e ver mais exemplos, confira a videoaula da professora Camila! No final do post tem mais uma videoaula sobre linguagem denotativa para você aprofundar seus conhecimentos sobre o assunto!
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Pergunta 1 de 10
1. Pergunta
(ENEM/2020)
Eu tenho empresas e sou digno do visto para ir a Nova York. O dinheiro que chove em Nova York é para pessoas com poder de compra. Pessoas que tenham um visto do consulado americano. O dinheiro que chove em Nova York também é para os nova-iorquinos. São milhares de dólares. […] Estou indo para Nova York, onde está chovendo dinheiro. Sou um grande administrador. Sim, está chovendo dinheiro em Nova York. Deu no rádio. Vejo que há pedestres invadindo a via onde trafega o meu carro vermelho, importado da Alemanha. Vejo que há carros nacionais trafegando pela via onde trafega o meu carro vermelho, importado da Alemanha. Ao chegar em Nova York, tomarei providências.
SANT’ANNA, A. O importado vermelho de Noé. In: MORICONI, I. (Org.). Os cem melhores contos. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
As repetições e as frases curtas constituem procedimentos linguísticos importantes para a compreensão da temática do texto, pois
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Pergunta 2 de 10
2. Pergunta
(ENEM/2019)
Há casais que jogam com os sonhos como se jogassem tênis. Ficam à espera do momento certo para a cortada. O jogo de tênis é assim: recebe-se o sonho do outro para destruí-lo, arrebentá-lo como bolha de sabão. O que se busca é ter razão e o que se ganha é o distanciamento. Aqui, quem ganha, sempre perde.
Já no frescobol é diferente. O sonho do outro é um brinquedo que deve ser preservado, pois sabe-se que, se é sonho, é coisa delicada, do coração. Assim cresce o amor. Ninguém ganha para que os dois ganhem. E se deseja então que o outro viva sempre, eternamente, para que o jogo nunca tenha fim…
ALVES, R. Tênis X Frescobol. As melhores crônicas de Rubem Alves. Campinas: Papirus, 2012.
O texto de Rubem Alves faz uma analogia entre dois jogos que utilizam raquetes e as diferentes formas de as pessoas se relacionarem afetivamente, de modo que
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Pergunta 3 de 10
3. Pergunta
(ENEM/2016/3ª Aplicação)
O adolescente
A vida é tão bela que chega a dar medo.
Não o medo que paralisa e gela,
estátua súbita,
mas
esse medo fascinante e fremente de curiosidade
[que faz
o jovem felino seguir para frente farejando o vento
ao sair, a primeira vez, da gruta.
Medo que ofusca: luz!
Cumplicentemente,
as folhas contam-se um segredo
velho como o mundo:
Adolescente, olha! A vida é nova…
A vida é nova e anda nua
– vestida apenas com o teu desejo!
QUINTANA, M. Nariz de vidro. São Paulo: Moderna, 1998.
Ao abordar uma etapa do desenvolvimento humano, o poema mobiliza diferentes estratégias de composição. O principal recurso expressivo empregado para a construção de uma imagem da adolescência é a
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Pergunta 4 de 10
4. Pergunta
(ENEM MEC/2012)
O efeito de sentido da charge é provocado pela combinação de informações visuais e recursos linguísticos. No contexto da ilustração, a frase proferida recorre à
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Pergunta 5 de 10
5. Pergunta
(Unesp SP/2021)
Leia o trecho do conto- prefácio “Hipotrélico”, que integra o livro Tutameia, de João Guimarães Rosa.
Há o hipotrélico. O termo é novo, de impesquisada origem e ainda sem definição que lhe apanhe em todas as pétalas o significado. Sabe-se, só, que vem do bom português. Para a prática, tome-se hipotrélico querendo dizer: antipodático, sengraçante imprizido; ou, talvez, vice-dito: indivíduo pedante, importuno agudo, falto de respeito para com a opinião alheia. Sob mais que, tratando-se de palavra inventada, e, como adiante se verá, embirrando o hipotrélico em não tolerar neologismos, começa ele por se negar nominalmente a própria existência.
Somos todos, neste ponto, um tento ou cento hipotrélicos? Salvo o excepto, um neologismo contunde, confunde, quase ofende. Perspica-nos a inércia que soneja em cada canto do espírito, e que se refestela com os bons hábitos estadados. Se é que um não se assuste: saia todo-o-mundo a empinar vocábulos seus, e aonde é que se vai dar com a língua tida e herdada? Assenta-nos bem à modéstia achar que o novo não valerá o velho; ajusta-se à melhor prudência relegar o progresso no passado. […]
Já outro, contudo, respeitável, é o caso — enfim — de “hipotrélico”, motivo e base desta fábula diversa, e que vem do bom português. O bom português, homem-de-bem e muitíssimo inteligente, mas que, quando ou quando, neologizava, segundo suas necessidades íntimas.
Ora, pois, numa roda, dizia ele, de algum sicrano, terceiro, ausente:
— E ele é muito hiputrélico…
Ao que, o indesejável maçante, não se contendo, emitiu o veto:
— Olhe, meu amigo, essa palavra não existe.
Parou o bom português, a olhá-lo, seu tanto perplexo:
— Como?!… Ora… Pois se eu a estou a dizer?
— É. Mas não existe.
Aí, o bom português, ainda meio enfigadado, mas no tom já feliz de descoberta, e apontando para o outro, peremptório:
— O senhor também é hiputrélico…
E ficou havendo.
(Tutameia, 1979.)
O efeito cômico do texto deriva, sobretudo, da ambiguidade da expressão
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Pergunta 6 de 10
6. Pergunta
(Unicamp SP/2021)
“Repartimos a vida em idades, em anos, em meses, em dias, em horas, mas todas estas partes são tão duvidosas, e tão incertas, que não há idade tão florente, nem saúde tão robusta, nem vida tão bem regrada, que tenha um só momento seguro.”
(Antonio Vieira, “Sermão de Quarta-feira de Cinza – ano de 1673”, em A arte de morrer. São Paulo: Nova Alexandria, 1994, p. 79.)
Nesta passagem de um sermão proferido em 1673, Antônio Vieira retomou os argumentos da pregação que fizera no ano anterior e acrescentou novas características à morte. Para comover os ouvintes, recorreu ao uso de anáforas.
Assinale a alternativa que corresponde ao efeito produzido pelas repetições no sermão.
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Pergunta 7 de 10
7. Pergunta
(Unicamp SP/2021)
Entre todas as palavras do momento, a mais flamejante talvez seja desigualdade. E nem é uma boa palavra, incomoda. Começa com des. Des de desalento, des de desespero, des de desesperança. Des, definitivamente, não é um bom prefixo.
Desigualdade. A palavra do ano, talvez da década, não importa em que dicionário. Doravante ouviremos falar muito nela.
De-si-gual-da-de. Há quem não veja nem soletre, mas está escrita no destino de todos os busões da cidade, sentido centro/subúrbio, na linha reta de um trem. Solano Trindade, no sinal fechado, fez seu primeiro rap, “tem gente com fome, tem gente com fome, tem gente com fome”, somente com esses substantivos. Você ainda não conhece o Solano? Corra, dá tempo. Dá tempo para você entender que vivemos essa desigualdade. Pegue um busão da Avenida Paulista para a Cidade Tiradentes, passe o valetransporte na catraca e simbora – mais de 30 quilômetros. O patrão jardinesco vive 23 anos a mais, em média, do que um humaníssimo habitante da Cidade Tiradentes, por todas as razões sociais que a gente bem conhece.
Evitei as estatísticas nessa crônica. Podia matar de desesperança os leitores, os números rendem manchete, mas carecem de rostos humanos. Pega a visão, imprensa, só há uma possibilidade de fazer a grande cobertura: mire-se na desigualdade, talvez não haja mais jeito de achar que os pontos da bolsa de valores signifiquem a ideia de fazer um país.
A crônica instiga o leitor a ficar atento à desigualdade na cidade de São Paulo. Assinale a alternativa que identifica corretamente os recursos expressivos (estilísticos e literários) de que se vale o autor.
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A desigualdade está escrita nas linhas de trens e ressoa nos versos de Solano Trindade: onomatopeia.
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Pergunta 8 de 10
8. Pergunta
(Unifor CE/2021)
Maniçoba, 19 de junho de 1911. Minha mãe: Aqui cheguei em paz e livramento, graças a Nosso Senhor Jesus Cristo. Isto aqui é bom como o diabo; acorda-se às cinco da manhã, leva-se o dia lendo, fumando, comendo e rezando; dorme-se às nove horas da noite. Uma vida de anjo. Quando chegar aí – está compreendendo? – hei de ter o corpo pesando 70 quilos e a alma leve de pecados, tão leve como vagons que levam material para a construção da estrada de ferro de Palmeira.
Graciliano Ramos DISCINI. Comunicação nos Textos. São Paulo: Contexto, 2005, p.180.
Analise as seguintes afirmações:
I. O emprego do itálico, na primeira linha, sugere que a expressão “paz e livramento” é um neologismo.
II. Na expressão “Isto aqui é bom como o diabo”, encontra-se uma comparação paradoxal.
III. No trecho “Em uma vida de anjo”, identifica-se uma ironia.
IV. Em “e a alma leve de pecados, tão leve como vagons…” encontra-se uma metonímia.
É correto apenas o que se afirma em
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Pergunta 9 de 10
9. Pergunta
(FCM MG/2020)
DISTÂNCIA TEM CURA
Em quase trinta anos atendendo doentes em cadeias, jamais ouvi um desaforo, uma palavra áspera, uma reivindicação mal-educada. Às vezes, fica difícil acreditar que pessoas tão respeitosas com o médico tenham cometido os crimes que constam de seus prontuários. Profissão caprichosa a medicina, capaz de criar empatia mútua entre dois estranhos em questão de minutos.
A tendência natural é a de nos aproximarmos de pessoas da mesma classe social, com gostos, ideias, posições políticas e estilos de vida semelhantes aos nossos. Embora esse formato de convivência nos traga conforto, não abre espaço para o contraditório nem dá acesso a modos de pensar e de viver radicalmente diferentes. Impossível imaginar como eu chegaria aos 73 anos se não fosse a experiência nos presídios, mas sei que saberia menos medicina e desconheceria aspectos da alma humana aos quais só tive acesso porque me dispus a chegar perto daqueles que a sociedade tranca atrás de grades.
O fascínio infantil pelo mundo marginal que me conduziu ao Carandiru ainda persiste. Não faço esse trabalho voluntário que me toma um período da semana há tantos anos por motivações religiosas ou engajamento ideológico de qualquer natureza — sou avesso a religiões e ideologias —, mas porque posso dispor desse tempo e manter aceso o interesse pela complexidade das interações humanas, sem o qual viver perde o encanto.
(VARELLA, Drauzio. Prisioneiras. São Paulo: Companhia das Letras, 2017, ed. Ebook.)
Houve elipse de um verbo de ligação na alternativa:
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Pergunta 10 de 10
10. Pergunta
(PUC GO/2019)
Tanto na comunicação cotidiana quanto na produção de textos literários, o emprego da conotação, em conjunto com a denotação, contribui para um uso mais eficiente da língua.
Considere o texto a seguir:
Os guerrilheiros dispersaram para avançar. A serra mecânica – abelha furando um morro de salalé – continuava a sua tarefa. Havia o mecânico, que acionava a serra, e o ajudante, com a lata de gasolina e de óleo; mais atrás, quatro operários com machados. Todos tão embebidos na tarefa que não repararam nas sombras furtivas. Nem protestaram, quando viram os canos das pépéchás virados para eles. Os olhos abriram-se, o imenso branco dos olhos comendo a cara toda, a boca aberta num grito que não ousou sair e ficou vibrando interiormente. O Comissário e Ekuikui avançaram para a serra. Ekuikui encostou o cano da arma às costas do mecânico:
— Não mexe!
O mecânico olhou por cima do ombro e compreendeu rapidamente a situação. Fez parar a serra. O silêncio que se seguiu furou os ouvidos dos guerrilheiros, subiu às copas das árvores e ficou pairando, misturado à neblina que encobria o Mayombe.
— Todos para aqui, vamos! – ordenou o Comissário.
Juntaram os prisioneiros, revistaram-nos para procurar armas: retiraram dois canivetes.
— Há outros? – perguntou o Comissário.
— Ali – murmurou o mecânico, apontando o sítio para onde se dirigira o Chefe de Operações.
— Soldados?
— Só no quartel. A dez quilómetros.
— O branco?
— Está no camião.
— Vamos. E não tentem fugir, ninguém vos fará mal.
O cortejo partiu em direção ao ponto de encontro. Muatiânvua vigiava o mecânico, que carregava a serra. Os outros trabalhadores tremiam.
(PEPETELA, pseud. Mayombe. 5. ed. Lisboa: Publicações, Dom Quixote, 1993, p. 15.)
Analise atentamente a linguagem das informações apresentadas nos itens a seguir:
I. “Nem protestaram, quando viram os canos das pépéchás virados para eles. Os olhos abriram-se, o imenso branco dos olhos comendo a cara toda, a boca aberta num grito que não ousou sair e ficou vibrando interiormente.”
II. “Fez parar a serra. O silêncio que se seguiu furou os ouvidos dos guerrilheiros, subiu às copas das árvores e ficou pairando, misturado à neblina que encobria o Mayombe.”
III. “— Ali – murmurou o mecânico, apontando o sítio para onde se dirigira o Chefe de Operações.”
IV. “O cortejo partiu em direção ao ponto de encontro. Muatiânvua vigiava o mecânico, que carregava a serra. Os outros trabalhadores tremiam.”
Em quais dos trechos destacados o paroxismo das sensações é explorado conotativamente? Assinale a opção correta:
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Linguagem conotativa e denotativa
E aí, como foi seu desempenho nos exercícios sobre figuras de linguagem? Para chegar ainda mais preparado nas provas, recomendamos estudar as diferenças entre a linguagem conotativa e denotativa.
A linguagem denotativa ou denotação significa o emprego da palavra em seu sentido original, próprio ou preciso, ou seja, livre seu sentido metafórico. Já a linguagem conotativa busca produzir no leitor algum tipo de emoção: riso, paixão, surpresa etc.
Na conotação, as palavras vêm investidas de seu sentido metafórico. Enquanto isso, a denotação é meramente informativa. Sendo assim, a conotação explora os diversos sentidos possíveis das palavras, geralmente por meio de figuras de linguagem.
Para aprofundar seus estudos, confira mais esta videoaula da professora Camila no canal do Curso Enem Gratuito:
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