Roma Antiga: Resumo sobre o Período Imperial

Aproveite esta revisão de História para o Enem e saiba tudo sobre o período imperial romano!

Roma Antiga: veja um resumo rápido sobre a história de um dos mais importantes acontecimentos da humanidade. O Império Romano alcançava quase toda a Europa e uma parte da África.

Veja uma síntese completa e os detalhes sobre a crise da república, os triunviratos; os principais imperadores romanos, além de revisar o declínio que pôs fim a um dos maiores impérios da antiguidade. Veja na imagem estátua em homenagem a Otávio Augusto, o primeiro Imperador Romano.1

O Império Romano surge 27 anos do nascimento de Cristo, e chegou a ocupar praticamente toda a Europa Ocidental, inclusive a Bretanha, o Norte da África, e o Leste do Oriente Médio. Durou até o ano de 476 da era atual. O legado cultural está até hoje influenciando as nossas vidas.

No começo de tudo estava a criação da cidade de Roma, dez séculos antes. A Origem da Civilização Romana – O nascimento de Roma ocorreu por volta do ano 1000 a.C. quando povos sabinos e latinos ergueram uma fortificações, onde futuramente se localizaria a cidade, com o intuito de deter invasões etruscas.

Uma origem mítica para a criação da cidade, menciona a lenda de Rômulo e Remo, irmãos gêmeos, abandonados ao nascer e amamentados por uma loba.

Diz a lenda que após crescerem, teriam derrotado o usurpador do trono de sua avô e fundado Roma. Rômulo teria sido o primeiro rei de Roma, dando origem a Monarquia. Então a primeira forma de governo em Roma, que vocês devem entender para este conteúdo do Enem, foi a Monarquia.

Durante a Monarquia a sociedade já estava dividida entre patrícios (grande proprietários rurais) e plebeus (comerciantes, camponeses e pequenos proprietários de terras). O senado era formado exclusivamente por patrícios. Esta corte era uma instituição importante, sendo que o rei acumulava funções executivas judiciais e religiosas.

O último rei de Roma foi Tarquínio, expulso de Roma pelo senado. O senado então aboliu a monarquia e implantou a república. Dentre os períodos que normalmente se divide a história de Roma, a República é um dos pontos fortes para estudar para a prova do Enem.

Por volta de 27 a.C, imersa em diversos conflitos de ordem civil e mudanças significativas na estrutura política, as instituições republicanas romanas foram suprimidas pelo poder pessoal dos imperadores.

Conforme os registros e análises históricas, no último século do período republicano guerras civis resultariam na instituição do império romano. Entre os principais acontecimentos que marcam este momento histórico podemos citar a atuação dos irmãos Tibério e Caio Graco, que ocuparam o posto de Tribunos da Plebe, magistratura concebida para defender os interesses da plebe, classe social menos privilegiada entre os romanos.

Tibério e Caio, com mais ou menos uma década de diferença propuseram uma série de medidas que contrariava os interesses do patriciado, com destaque para as propostas de reforma agrária e diminuição nos preços dos grãos.

Essa decisão afetaria diretamente as posses da aristocracia patrícia por um lado, mas significaria uma melhora substancial na qualidade de vida dos plebeus. Aos irmãos restou a fúria do senado e demais patrícios, que massacraram os Gracos e instituíram estado de sitio em Roma.

Posteriormente, movimentos como as guerras civis de Sula e a conspiração de Catilina resultariam no ocaso do sistema republicano em momento em que a figuras dos grandes generais tornava-se cada vez mais poderosas.

Dica 1: Revise também a Roma Antiga! Veja este excelente post do professor Bruno sobre a monarquia e a república romana: https://blogdoenem.com.br/roma-antiga-monarquia-e-republica/

A grande instabilidade possibilitou a ascensão dos principais generais, que antes da instituição do império disputariam poder em um regime conhecido por Triunviratos, quando o território de influência de Roma foi dividido e administrado por três generais, em duas ocasiões.

1º Triunvirato: Formado por Pompeu, Crasso e Júlio César, vigorou de 59 a.C a 53 a.C. A aliança informal entre os três era formada por laços superficiais e após as mortes de Crasso em batalha (53 a.C) e Júlia, filha de César e esposa de Pompeu, os antigos aliados converteram-se em céleres inimigos.

Pompeu tentou destituir César e viu o inimigo marchar sobre Roma. A história de César seria marcada pela relação estreita com Cleópatra, que com sua ajuda assumiria o trono egípcio e pelo seu famoso assassinato, arquitetado pelo Senado Romano, preocupado com o poder acumulado por César.

2º Triunvirato: Formado pelos herdeiros políticos de César, Lépido e Marco Antônio, seus generais e Otávio, seu filho adotivo. Ao contrário do primeiro foi uma aliança formal, referendada pela assembléia do povo. Inicialmente os novos cônsules perseguiram os assassinos de César, no entanto, a aliança seria sempre marcada pela grande rivalidade entre Otávio e Antônio.

Lépido perdeu poder e foi exilado e a inimizade entre os demais resultou em guerra aberta que culminou com o suicídio de Marco Antônio e sua amada Cleópatra. Otávio, por sua vez, investiu-se do título de Augustos (DIVINO) e deu início ao Império Romano (27 a.C – 476 a. C)

Otávio Augusto, tendo recebido o título de Princeps Senatus (principal do senado) governou até 13 d.C mantendo as instituições republicanas mas concentrando o poder. Foi um governante popular após distribuir terras aos veteranos e instituir uma aposentadoria. Reformou o exército, eliminando o recrutamento obrigatório e mantendo uma força regular de 300 mil soldados.

Fez grandes obras na cidade e proporcionou melhora gradativa nas condições de vida da plebe. Pacificou as províncias (PAX ROMANA) reduzindo encargos e criou um serviço postal. Sem filhos homens, indicou o genro e protegido Tibério, que após reconhecimento do Senado tornou-se o segundo imperador Romano.

Dinastias Romanas:

Otávio é considerado primeiro imperador e seus sucessores imediatos compuseram a primeira dinastia romana, conhecida como dinastia Júlio-Claudiana (14 -68 d.C), sendo seguida pelas dinastias Flaviana (69 – 96 d.C) e Antoninos (96 – 192 d.C).

Dinastia Júlio – Claudiana: Tibério, Calígula, Cláudio e Nero.

Dinastia Flaviana: Após o suicídio de Nero, Vespasiano, general que atuava no oriente conseguiu dominar o poder e iniciou um novo período de progresso para Roma. Apoiado pelos grandes mercadores, reduziu o poder dos senadores mais aristocratas, reformou o exército e pacificou  Gália e o médio oriente. Seus sucessores, Tito e Domiciano continuaram sua obra, este ultimo seria assassinado após movimentos liderados pelo senado.

Dinastia Antoninos: neste período os imperadores deram mais atenção aos anseios da população mais pobre. Trajano ampliou ainda mais as fronteiras do império chegando a as montanhas Armênia e a Mesopotâmia. Seus sucessores, Adriano e Marco Aurélio governaram em períodos de relativa paz.

Marco Aurélio ficaria famoso pela alcunha de imperador filósofo, ao seguir a escola filosófica estoicista. Seu filho Comodos governaria de forma violenta, encontrando seu fim quando assassinado.

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Após disputas pelo poder, o império entraria em um longo período de instabilidade política e financeira. Os altos gastos com o exército, elemento que garantia o poder dos pretendentes ao trono resultava em déficits financeiros. Caracala estendeu a cidadania a todos os homens livres do império. Sétimo Severo reduziu os poderes do Senado.

A crise financeira tornou-se pior quando nos tempos de Trajano as conquistas militares diminuíram. A economia romana era baseada na exploração da mão-de-obra escrava (conquistada através de guerras) e domínio dos territórios conquistados. Sem a garantia constante de escravos, o preço destes e das demais mercadorias mergulhou o império em crise, uma vez que a massa de cidadãos livre vivia na ociosidade.

A sucessão política neste período resultou no assassinato de 18 imperadores. A crise do império era afetada também pelo perigo de invasões. Ao norte do império os primeiros germânicos entravam gradativamente em território grego. Ao leste os Persas Sassânidas ameaçavam as províncias asiáticas. Do ponto de vista religioso, o cristianismo ganhava adeptos rapidamente e uma nova lógica e mentalidade.

O imperador Diocleciano reinstituiu o serviço militar obrigatório e dividiu o império em 286. Em 305 Constantino garantiu a coroa após novas disputas pelo poder. Constantino foi o imperador responsável pela liberação do cristianismo através do Édito de Milão e ajudou a organizar o culto, a sede de seu governo era Constantinopla.

Todavia, os problemas financeiros, sobremaneira na parte ocidental, mais dependente do escravismo, não eram solucionados. As cidades foram gradativamente abandonadas e os campos ocupados. As invasões bárbaras e a crise resultaram em nova lógica de ocupação da terra.

Os grandes proprietários migraram para o campo e permitiam que trabalhadores produzissem em suas terras em troca de segurança, os camponeses, por sua vez, repassavam ao proprietário uma porcentagem considerável do que produziam. Esta relação resultaria nos laços de servidão da idade média.

Em 476 Roma foi conquistada por Adoacro, líder bárbaro, acontecimento que marca o ocaso do grande império romano. A parte oriental, conhecida como Império Bizantino, resistiria por mais um milênio.

Exercícios

1- (Mackenzie) A ruralização econômica do Império Romano do Ocidente (do século III ao V d.C.) NÃO teve como consequência:

a) o rebaixamento de muitos homens livres à condição de colonos que se tornaram presos à terra.

b) o surgimento do colonato, que se constituiu no arrendamento de terras aos camponeses.

c) o latifúndio, principal unidade de produção, tornou-se quase autossuficiente.

d) o aumento do afluxo de escravos para Roma, que dinamizou a expansão da economia agrícola.

e) o campo tornou-se mais seguro que as cidades, em decorrência das desordens político-sociais e da crise econômica.

Resposta: D

 

2- (FGV) O Edito de Milão (313), no processo de desenvolvimento histórico de Roma, reveste-se de grande significado, tendo em vista que

a) combateu a heresia ariana, acabando com a força política dos bispados de Alexandria e Antioquia.

b) tornou o cristianismo a religião oficial de todo Império Romano, terminando com a concepção de rei-deus.

c) acabou inteiramente com os cultos pagãos que então dominavam a vida religiosa.

d) deu prosseguimento à política de Deocleciano de intenso combate à expansão do cristianismo.

e) proclamou a liberdade do culto cristão passando Constantino a ser o protetor da Igreja.

Resposta: E

 

3- (UFPR) Nos séculos III d.C. e IV d.C., o Império Romano viveu uma fase de crise e de profundas transformações. A respeito disso, é correto afirmar que:

01) As cidades do Ocidente romano tornaram-se centros econômicos do Império, em florescente processo de urbanização.

02) Antes religião perseguida, o cristianismo passou a ser aceito e veio a tornar-se a religião oficial do Império Romano, em substituição ao paganismo.

04) Os povos bárbaros invadiram o Império e se estabeleceram em seus territórios, contribuindo para a crise do mundo romano.

08) A divisão político-administrativa do Império fez surgir o Império Romano do Ocidente e o Império Romano do Oriente.

Resposta: 14

Bruno História
Os textos e exemplos acima foram preparados pelo professor Bruno Anderson para o Blog do Enem. Bruno é historiador formado pela Universidade Federal de Santa Catarina. Dá aulas de história em escolas da Grande Florianópolis desde 2012. Facebook e Twitter.
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