Confira textos premiados pelos avaliadores da Redação Enem. Todos eles alcançaram a nota máxima de mil pontos na correção oficial. Veja as dicas para você também chegar lá. Vem!
Veja as 5 competências que valem 1000 pontos da Redação:
- Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita;
- Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo;
- Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista;
- Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação; e,
- Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.
Como fazer a Redação do Enem
Como explica oficialmente o manual da prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o formato exigido nestas provas de redação é o de uma dissertação-argumentativa. Parece complicado, mas é simples. Veja agora um vídeo com uma aula da professora Tharen Teixeira, do Canal Curso Enem Gratuito, para você aprender os fundamentos da estrutura de uma redação. Em cinco minutos, um resumo completo para você. Confira: Gostou da aula da Tharen? Então, se você quiser complementar seus estudos, veja uma aula sobre A Estrutura da Redação. Confira agora mais um dos dez modelos de Redação Enem Nota mil.Modelos de Redação Enem Nota Mil
1. Luis Felipe Alves Paiva de Brito, Maceió/AL. Enem 2022
O poeta modernista Oswald de Andrade relata, em “Erro de Português”, que, sob um dia de chuva, o índio foi vestido pelo português – uma denúncia à aculturação sofrida pelos povos indígenas com a chegada dos europeus ao território brasileiro. Paralelamente, no Brasil atual, há a manutenção de práticas prejudiciais não só aos silvícolas, mas também aos demais povos e comunidades tradicionais, como os pescadores. Com efeito, atuam como desafios para a valorização desses grupos a educação deficiente acerca do tema e a ausência do desenvolvimento sustentável. Diante desse cenário, existe a falta da promoção de um ensino eficiente sobre as populações tradicionais. Sob esse viés, as escolas, ao abordarem tais povos por meio de um ponto de vista histórico eurocêntrico, enraízam no imaginário estudantil a imagem de aborígenes cujas vivências são marcadas pela defasagem tecnológica. A exemplo disso, há o senso comum de que os indígenas são selvagens, alheios aos benefícios do mundo moderno, o que, consequentemente, gera um preconceito, manifestado em indagações como “o índio tem ‘smartphone’ e está lutando pela demarcação de terras?” – ideia essa que deslegitima a luta dos silvícolas. Entretanto, de acordo com a Teoria do Indigenato, defendida pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, o direito dos povos tradicionais à terra é inato, sendo anterior, até, à criação do Estado brasileiro. Dessa forma, por não ensinarem tal visão, os colégios fometam a desvalorização das comunidades tradicionais, mediante o desenvolvimento de um pensamento discriminatório nos alunos. Além disso, outro desafio para o reconhecimento desses indivíduos é a carência do progresso sustentável. Nesse contexto, as entidades mercadológicas que atuam nas áreas ocupadas pelas populações tradicionais não necessariamente se preocupam com a sua preservação, comportamento no qual se valoriza o lucro em detrimento da harmonia entre a natureza e as comunidades em questão. À luz disso, há o exemplo do que ocorre aos pescadores, cujos rios são contaminados devido ao garimpo ilegal, extremamente comum na Região Amazônica. Por conseguinte, o povo que sobrevive a partir dessa atividade é prejudicado pelo que a Biologia chama de magnificação trófica, quando metais pesados acumulam-se nos animais de uma cadeia alimentar – provocando a morte de peixes e a infecção de humanos por mercúrio. Assim, as indústrias que usam os recursos naturais de forma irresponsável não promovem o desenvolvimento sustentável e agem de maneira nociva às sociedades tradicionais. Portanto, é essencial que o governo mitigue os desafios supracitados. Para isso, o Ministério da Educação – órgão responsável pelo estabelecimento da grade curricular das escolas – deve educar os alunos a respeito dos empecilhos à preservação dos indígenas, por meio da inserção da matéria “Estudos Indigenistas” no ensino básico, a fim de explicar o contexto dos silvícolas e desconstruir o preconceito. Ademais, o Ministério do Desenvolvimento – pasta instituidora da Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais – precisa fiscalizar as atividades econômicas danosas às sociedades vulneráveis, visando à valorização de tais pessoas, mediante canais de denúncias.2 – Isabella Sampaio – Redação Enem 2020 nota mil
O filme “Coração da Loucura” – que narra a história da psiquiatra Nise da Silveira – retrata a desumanização sofrida pelos indivíduos que possuem psicopatologias, o que dificulta a realização de tratamento adequado e a inserção social destes. Nesse sentido, a temática da obra está intimamente relacionada à sociedade brasileira atual, visto que o estigma associado às doenças mentais é um problema que restringe a cidadania no país. Com efeito, hão de ser analisadas as causas que corroboram esse grave cenário: a desinformação e a mentalidade social. Nesse viés, é necessário pontuar que a falta de informação acerca das doenças mentais precisa ser superada. A esse respeito, o jornalista André Trigueiro, em seu livro “Viver é a Melhor Opção”, afirma que parte expressiva dos cidadãos portadores de alguma disfunção mental possui dificuldade em viver de forma mais saudável devido à falta de conhecimento sobre sua condição. Sob essa perspectiva, constata-se que grande parta dos brasileiros desconhece a diferença entre tristeza e depressão ou entre ansiedade e estresse, por exemplo – tal como denunciado por André Trigueiro. Dessa forma, embora a psiquiatria e a psicologia tenham avançado no que diz respeito ao controle dos sintomas das psicopatologias, o fato de esse tema ser silenciado impede que muitos tenham acesso à saúde mental e faz com que o sofrimento psíquico seja reduzido a uma “frescura” ou sentimento passageiro. Assim, enquanto a desinformação se mantiver, o Brasil permanecerá distante da inclusão dessa parcela da sociedade. Ademais, a mentalidade social preconceituosa existente no território nacional dificulta a superação dos estigmas no que tange às disfunções mentais. Nesse cenário, o sociólogo Sérgio Buarque de Holanda, em sua obra “O Homem Cordial”, expõe o egoísmo presente na sociedade brasileira – que tende a priorizar ideias particulares em detrimento do bem estar coletivo. Desse modo, observa-se que as doenças mentais são frequentemente associadas à incapacidade ou fraqueza por destoarem do ideal inalcançável de perfeição cultivado no ideário nacional, o que faz com que mutos cidadãos sejam alvo de preconceito e exclusão, fatos que demonstram o egoísmo ainda presente na mentalidade brasileira. Por conseguinte, evidencia-se a necessidade da construção de valores empáticos e solidários no Brasil: fator imprescindível na construção de uma sociedade igualitária e democrática. Portanto, o Ministério da Educação deve promover a informação segura a respeito das doenças mentais desde os primeiros anos da vida escolar por meio da adição de uma disciplina de saúde mental à Base Nacional Curricular, além de realizar campanhas informativas na mídia, visando à plena educação psicossocial da população. Somado a isso, o Ministério da Saúde pode dirimir o preconceito por intermédio da divulgação de vídeos em suas redes sociais que contem a história de portadores de doenças mentais – ressaltando a necessidade de desenvolver a empatia e o respeito – a fim de que a sociedade seja mais democrática e inclusiva. Com essas medidas, “Coração da Loucura” será apenas um retrato passado do Brasil, que será socialmente justo e promoverá de forma efetiva a saúde mental de seus cidadãos. Mandou muito bem a participante Isabella Sampaio, com esta excelente conquista de nota mil na redação do Enem 2020. Você também pode chegar lá. Veja a dica da professora Daniela Garcia para você começar mandando bem na Introdução: O segredo é você encantar os avaliadores já no orimeiro parágrafo da Redação do Enem, com uma estrutura correda da sua Introdução. Não esqueça as dicas da professora Daniela sobre a Tese e o Contexto, ambos em relação ao Tema:- Contexto: é algo que faz parte desse tema, mas que não aborda a especificidade apresentada pela prova. Ou seja, é algo que perpassa a temática, mas não é ela propriamente dita;
- Tema: é o que a própria proposta nos apresenta, a parte principal do enunciado;
- -Tese: é o que mostrará o posicionamento que você irá defender no decorrer do texto;
Veja agora mais redações Enem 2020 nota mil
3 – Redação Enem nota mil – Maria Júlia Passos
A obra “Holocausto Brasileiro”, da escritora e jornalista Daniela Arbex, retrata as péssimas condições do maior hospital psiquiátrico do país, na cidade de Barbacena. Nesse livro, os pacientes são tratados por meio de métodos arcaicos e invasivos, desde agressões psicológicas até choques elétricos, demonstrando a violência sofrida por indivíduos portadores de transtornos psíquicos. Assim, além de expor os abusos do sistema de saúde da época, o texto também é atual, uma vez que o preconceito e a omissão estatal perpetuam o estigma associado às doenças mentais no Brasil. Em primeiro lugar, cabe ressaltar que a falta de informação da sociedade brasileira é o principal catalisador da problemática. De fato, o avanço da tecnologia e dos meios de comunicação é responsável pela rápida disseminação de notícias, principalmente no meio digital, mas isso não significa que os cidadãos se encontram mais conscientes acerca de temáticas sociais. Dessa forma, mesmo que diversos estudos atuais demonstrem a relevância da saúde mental e a legitimidade dos distúrbios psíquicos, as raízes de uma intolerância generalizada ainda questionam a veracidade da doença. Consequentemente, os indivíduos portadores de transtornos psicológicos vivem em um meio degradante de discriminação estrutural, enfrentando constantemente a invisibilidade presente na sociedade brasileira. De acordo com a escritora nigeriana Chimamanda Adichie, a rotulação de grupos sociais através de uma característica marcante é responsável pela criação de histórias únicas, as quais são repletas de preconceitos. Nesse viés, ao negligenciar a complexidade das pessoas com distúrbios mentais, devido a estigmas baseados no estereótipo de incapacidade ou de invalidez desses indivíduos, a sociedade míope alimenta uma visão eugenista e tóxica, limitando as diversas possibilidades de manifestação do ser humano. Ademais, a ausência de compromisso do Estado para com a saúde mental dos cidadãos é outro ponto que fomenta o estigma criado sobre o problema. De certo, a falta de incentivos financeiros na área da psiquiatria e na acessibilidade é a realidade enfrentada no país, resultando nos diagnósticos tardios e na exclusão de uma parcela significativa da sociedade que necessita de cuidados especiais. Segundo o filósofo John Rawls, em sua obra “Uma Teoria da Justiça”, um governo ético é aquele que disponibiliza recursos financeiros para todos os setores, promovendo uma igualdade de oportunidades a todos os cidadãos e o acesso a uma vida digna. Sob essa óptica, torna-se evidente que o Brasil não é um exemplo dessa ética do pensador inglês, visto que negligencia a saúde mental dos brasileiros ao não investir corretamente nos setores públicos voltados ao atendimento e ao acolhimento desses indivíduos, submetendo-os a uma notória subcidadania. Fica exposta, portanto, a necessidade de medidas para mitigar o estigma associado aos transtornos. Destarte, as Secretarias de Educação devem desenvolver projetos educativos, por meio de palestras e de dinâmicas que levem profissionais da saúde mental e pacientes para debaterem sobre o preconceito enfrentado no cotidiano, uma vez que o depoimento individual sensibiliza os estudantes. Isso deve ser feito com a finalidade de ultrapassar os estereótipos prejudiciais. Outrossim, o Ministério da Fazenda deve redistribuir as verbas, principalmente para hospitais públicos e para campanhas de conscientização. Por fim, será possível criar um país mais democrático e longe da realidade retratada por Daniel Arbex. (Fonte)Redação nota 1000 em 4 parágrafos
A Maria Júlia organizou muito bem o texto dissertativo-argumentativo dentro dos quatro parágrafos. Ela cumpriu toda a estrutura de Introdução (um parágrafo); Desenvolvimento (dois parágrafos); e da Conclusão (um parágrafo). Parabéns!Veja mais uma reda”cão Enem nota 1000
4 – Isabella Gadelha – Enem 2020
Nise da Silveira foi uma renomada psiquiatra brasileira que, indo contra a comunidade médica tradicional da sua época, lutou a favor de um tratamento humanizado para pessoas com transtornos psicológicos. No contexto nacional atual, indivíduos com patologias mentais ainda sofrem com diversos estigmas criados. Isso ocorre, pois faltam informações corretas sobre o assunto e, também, existe uma carência de representatividade desse grupo nas mídias.
Primariamente, vale ressaltar que a ignorância é uma das principais causas da criação de preconceitos contra portadores de doenças psiquiátricas. Sob essa ótica, o pintor holandês Vincent Van Gogh foi alvo de agressões físicas e psicológicas por sofrer de transtornos neurológicos e não possuir o tratamento adequado. O ocorrido com o artista pode ser presenciado no corpo social brasileiro, visto que, apesar de uma parcela significativa da população lidar com alguma patologia mental, ainda são propagadas informações incorretas sobre o tema. Esse processo fortalece a ideia de que integrantes não são capazes de conviver em sociedade, reforçando estigmas antigos e criando novos. Dessa forma, a ignorância contribui para a estigmatização desses indivíduos e prejudica o coletivo.
Ademais, a carência de representatividade nos veículos midiáticos fomenta o preconceito contra pessoas com distúrbios psicológicos. Nesse sentido, a série de televisão da emissora HBO, “Euphoria”, mostra as dificuldades de conviver com Transtorno Afetivo Bipolar (TAB), ilustrado pela protagonista Rue, que possui a doença. A série é um exemplo de representação desse grupo, nas artes, falando sobre a doença de maneira responsável. Contudo, ainda é pouca a representatividade desses indivíduos em livros, filmes e séries, que quando possuem um papel, muitas vezes, são personagens secundários e não há um aprofundamento de sua história. Desse modo, esse processo agrava os esteriótipos contra essas pessoas e afeta sua autoestima, pois eles não se sentem representados.
5 – Redação Enem nota 1000 – Raíssa Picolli Fontoura
De acordo com o filósofo Platão, a associação entre saúde física e mental seria imprescindível para a manutenção da integridade humana. Nesse contexto, elucida-se a necessidade de maior atenção ao aspecto psicológico, o qual, além de estar suscetível a doenças, também é alvo de estigmatização na sociedade brasileira. Tal discriminação é configurada a partir da carência informacional concatenada à idealização da vida nas redes sociais, o que gera a falta de suporte aos necessitados. Isso mostra que esse revés deve ser solucionado urgentemente.
Sob essa análise, é necessário salientar que fatores relevantes são combinados na estruturação dessa problemática. Dentre eles, destaca-se a ausência de informações precisas e contundentes a respeito das doenças mentais, as quais, muitas vezes, são tratadas com descaso e desrespeito. Essa falta de subsídio informacional é grave, visto que impede que uma grande parcela da população brasileira conheça a seriedade das patologias psicológicas, sendo capaz de comprometer a realização de tratamentos adequados, a redução do sofrimento do paciente e a sua capacidade de recuperação. Somada a isso, a veiculação virtual de uma vida idealizada também contribui para a construção dessa caótica conjuntura, pois é responsável pela crença equivocada de que a existência humana pode ser feita, isto é, livre de obstáculos e transtornos. Esse entendimento falho da realidade fez com que os indivíduos que não se encaixem nos padrões difundidos, em especial no que concerne à saúde mental, sejam vítimas de preconceito e exclusão. Evidencia-se, então, que a carência de conhecimento associado à irrealidade digitalmente disseminada arquitetam esse lastimável panorama.
Consequentemente, tais motivadores geram incontestáveis e sérios efeitos na vida dos indivíduos que sofrem de algum gênero de doença mental. Tendo isso em vista, o acolhimento insuficiente e a falta de tratamento são preocupantes, uma vez que os acometidos precisam de compreensão, respeito e apoio para disporem de mais energia e motivação no enfrentamento dessa situação, além de acompanhamento médico e psicológico também ser essencial para que a pessoa entenda seus sentimentos e organize suas estruturas psicológicas de uma forma mais salutar e emancipadora. O filme “Toc toc” retrata precisamente o processo de cura de um grupo de amigos que são diagnosticados com transtornos de ordem psicológica, revelando que o carinho fraternal e o entendimento mútuo são ferramentas fundamentais no desenvolvimento integral da saúde. Mostra-se, assim, que a estigmatização de doentes mentais produz a escassez de elementos primordiais para que eles possam ser tratados e curados.
Urge, portanto, que o Ministério da Saúde crie uma plataforma, por meio de recursos digitais, que contenha informações a respeito das doenças mentais e que proponha comportamentos e atitudes adequadas a serem adotados durante uma interação com uma pessoa que esteja com alguma patologia do gênero, além de divulgar os sinais mais frequentes relacionados à ausência de saúde psicológica. Essa medida promoverá uma maior rede informacional e propiciará um maior apoio aos necessitados. Ademais, também cabe à sociedade e a mídia elaborar campanhas que preguem a contrariedade ao preconceito no que tange os doentes dessa natureza, o que pode ser efetivado através de mobilizações em redes sociais e por intermédio de programas televisivos com viés informativo. Tal iniciativa é capaz de engajar a população brasileira no combate a esse tipo de discriminação. Com isso, a ideia platônica será convertida em realidade no Brasil.
A Estrutura do texto da Raíssa Picolli Fontoura também utilizou quatro parágrafos. Ela utilizou dois deles para o desenvolvimento, e conseguiu dar uma coesão de continuidade a partir da Introdução. Está de parabéns a Raíssa.
Veja agora com a professora Daniela as dicas essenciais para você também conseguir fazer dois bons parágrafos de desenvolvimento na redação do próximo Enem. Depois do resumo, veja redações nota 1000 aprovadas no Enem 2020.
O Desenvolvimento da Redação
As dicas da Daniela:- Durante o desenvolvimento da redação, é importante perceber que apenas informações sobre o tema não são o suficiente para argumentar.
- Da mesma forma que somente críticas sem comprovação não cumprem o papel de um texto dissertativo. Logo, é essencial que haja tanto o posicionamento do autor, quanto a corroboração por meio de fatos, dados ou exemplos.
- O parágrafo do desenvolvimento da redação relaciona-se com o gênero dissertativo por meio de suas três partes:
- 1 – ✅ Tópico Frasal: introdução da ideia central a ser defendida;
- 2 – ✅ Comprovação: apresentação de fatos, dados ou exemplos que justifiquem de forma objetiva a crítica inicial;
- 3 – ✅ Fechamento do parágrafo: finalização do parágrafo que relaciona a informação apresentada ao Tópico Frasal.
- Agora, é com você para praticar estas dicas nos seus rascunhos.
6 – A redação nota 1000 de Augusto Fernandes Scapini – Enem 2019
Aristóteles, grande pensador da Antiguidade, defendia a importância do conhecimento para a obtenção da plenitude da essência humana. Para o filósofo, sem a cultura e a sabedoria, nada separa a espécie humana do restante dos animais. Nesse contexto, destaca-se a importância do cinema, desde a sua criação, no século XIX, até a atualidade, para a construção de uma sociedade mais culta. No entanto, há ainda diversos obstáculos que impedem a democratização do acesso a esse recurso no Brasil, centrados na elitização do espaço público e causadores da insuficiência intelectual presente na sociedade. Com isso, faz-se necessária uma intervenção que busque garantir o acesso pleno ao cinema para todos os cidadãos brasileiros. De início, tem-se a noção de que a Constituição Federal assegura a todos os cidadãos o acesso igualitário aos meios de propagação do conhecimento, da cultura e do lazer. Porém, visto que os cinemas, materialização pública desses conceitos, concentram-se predominantemente nos espaços reservados à elite socioeconômica, como os “shopping centers”, é inquestionável a existência de uma segregação das camadas mais pobres em relação ao acesso a esse recurso. Essa segregação é identificada na elaboração da tese da “subcidadania”, escrita pelo sociólogo Jessé Souza, que denuncia a situação de vulnerabilidade social vivida pelos mais pobres, cujos direitos são negligenciados tanto pela falta de ação do Estado quanto pela indiferença da sociedade em geral. Fica claro, então, que o acesso ao cinema não é um recurso democraticamente pleno no Brasil. Como consequência dessa elitização dos espaços públicos, que promove a exclusão das camadas mais periféricas, é observado um bloqueio intelectual imposto a essa parte da população. Nesse sentido, assuntos pertinentes ao saber coletivo, que, por vezes, não são ensinados nas instituições formais de ensino, mas são destacados pelos filmes exibidos nos cinemas, não alcançam as mentes das minorias sociais, fato que impede a obtenção de conhecimento e, por conseguinte, a plenitude da essência aristotélica. Essa situação relaciona-se com o conceito de “alienação”, descrito pelo filósofo alemão Karl Marx, que caracteriza o estado de insuficiência intelectual vivido pelos trabalhadores da classe operária no contexto da Revolução Industrial, refletido na camada pobre brasileira atual. Portanto, fica evidente a importância do cinema para a construção de uma sociedade mais culta e a necessidade da democratização desse recurso. Nesse âmbito, cabe ao Ministério da Educação e da Cultura promover um maior acesso ao conhecimento e ao lazer, por meio da instalação de cinemas públicos nas áreas urbanas mais periféricas – que deverão possuir preços acessíveis à população local –, a fim de evitar a situação de alienação e insuficiência intelectual presente nos membros das classes mais baixas. Desse modo, o cidadão brasileiro poderá atingir a condição de plenitude da essência, prevista por Aristóteles, destacando-se, logo, das outras espécies animais, através do conhecimento e da cultura. E você, gostou do texto do Augusto Scapini? Ele foi preciso nos quatro parágrafos, cumprindo todos os requisitos da Estrutura da Redação Enem. Você também pode.Como abordar um tema desconhecido
Aula Gratuita: Como fazer a Redação de um tema de que nada sei?
Confira com a professora Dani, do canal Curso Enem Gratuito, as dicas para você elaborar uma boa redação mesmo sem ter dados ou conhecimentos prévios sobre o Tema da prova. Depois da aula veja mais redações premiadas com a nota 1000. Muito boa a professora Dani. Show mesmo estas dicas. Veja agora as dicas para a Redação Enem nota 1000.- Dica do Blog: Aprenda a montar a Estrutura da Redação do Enem dentro das regras oficiais do MEC:
- Introdução com uma Tese ou Ponto de Vista;
- Desenvolvimento com seus Argumentos;
- Conclusão com uma Proposta de Intervenção;
- Dicas de temas de redação para você treinar.
7 – Redação nota 1000 – Enem 2018. Candidata Clara de Jesus
“Black Mirror” é uma série americana que retrata a influência da tecnologia no cotidiano de uma sociedade futura. Em um de seus episódios, é apresentado um dispositivo que atua como uma babá eletrônica mais desenvolvida, capaz de selecionar as imagens e sons que os indivíduos poderiam vivenciar. Não distante da ficção, nos dias atuais, existem algoritmos especiais ligados em filtrar informações de acordo com a atividade “online” do cidadão. Por isso, torna-se necessário o debate acerca da manipulação comportamental do usuário pelo controle de dados na internet.Primeiramente, é notável que o acesso a esse meio de comunicação ocorre de maneira, cada vez mais, precoce. Segundo pesquisa divulgada pelo IBGE, no ano de 201, apenas 35% dos entrevistados, que apresentavam idade igual ou superior a 10 anos, nunca haviam utilizado a internet.
Isso acontece porque desde cedo a criança tem contato com aparelhos tecnológicos que necessitam da disponibilidade de uma rede de navegação, que memoriza cada passo que esse jovem indivíduo dá para traçar um perfil de interesse dele e, assim, fornecer assuntos e produtos que tendem a agradar ao usuário. Dessa forma, o uso da internet torna-se uma imposição viciosa para relações sócio-econômicas.
Em segundo lugar, o ser humano perde sua capacidade de escolha. Conforme o conceito de “Mortificação do Eu”, do sociólogo Erving Goffman, é possível entender o que ocorre na internet que induz o indivíduo a ter um comportamento alienado. Tal preceito afirma que, por influência de fatores coercitivos, o cidadão perde seu pensamento individual e junta-se a uma massa coletiva.
Dentro do contexto da internet, o usuário, sem perceber, é induzido a entrar em determinados sites devido a um “bombardeio” de propagandas que aparece em seu dispositivo conectado. Evidencia-se, portanto, uma falsa liberdade de escolha quanto ao que fazer no mundo virtual.
Com o intuito de amenizar essa problemática, o Congresso Nacional deve formular leis que limitem esse assédio comercial realizado por empresas privadas, por meio de direitos e punições aos que descumprirem, a fim de acabar com essa imposição midiática.
As escolas, em parceria com as famílias, devem inserir a discussão sobre esse tema tanto no ambiente doméstico quanto no estudantil, por intermédio de palestrantes, com a participação de psicólogos e especialistas, que debatam acerca de como agir “online”, com o objetivo de desenvolver, desde a infância, a capacidade de utilizar a tecnologia a seu favor. Feito isso, o conflito vivenciado na série não se tornará realidade. (Fonte: Portal G1)
Valeu pra você ler a Redação nota mil da Clara de Jesus?
Olha a dica: Muito show, bem escrita e a Clara mereceu mesmo a nota máxima. Para você também mandar bem no próximo Enem, e conseguir uma boa nota na Redação, veja agora uma aula com as dicas para elaborar o texto dissertativo-argumentativo dentro dos critérios de Coesão e Coerência.
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8 – Beatriz Albino Servilha (Rio de Janeiro – 2017)
(Educação Inclusiva) Durante o século XIX, a vinda da Família Real ao Brasil trouxe consigo a modernização do país, com a construção das escolas e universidades. Também, na época, foi inaugurada a primeira escola voltada para a inclusão social de surdos.
Não se vê, entretanto, na sociedade atual, tal valorização educacional relacionada à comunidade surda, posto que os embates que impedem sua evolução tornam-se cada vez mais evidentes. Desse modo, os entraves para a educação de deficientes auditivos denotam um país desestruturado e uma sociedade desinformada sobre sua composição bilíngue.A princípio, a falta de profissionais qualificados dificulta o contato do portador de surdez com a base educacional necessária para a inserção social. O Estado e a sociedade moderna têm negligenciado os direitos da comunidade surda, pois a falta de intérpretes capacitados para a tradução educativa e a inexistência de vagas em escolas inclusivas perpetuam a disparidade entre surdos e ouvintes, condenando os detentores da surdez aos menores cargos da hierarquia social.
Lê-se, pois, é paradoxal que, em um Estado Democrático, ainda haja o ferimento de um direito previsto constitucionalmente: o direito à educação de qualidade.Além disso, a ignorância social frente à conjuntura bilíngue do país é uma barreira para capacitação pedagógica do surdo. Helen Keller – primeira mulher surdo-cega a se formar e tornar-se escritora – definia a tolerância como maior presente de uma boa educação.
O pensamento de Helen não tem se aplicado à sociedade brasileira, haja vista que não se tem utilizado a educação para que se torne comum aos cidadãos a proximidade com portadores de deficiência auditiva, como aulas de Libras, segunda língua oficial do Brasil. Dessa forma, torna-se evidente o distanciamento causado pela inexperiência dos indivíduos em lidar com a mescla que forma o corpo social a que possuem. Infere-se, portanto, que é imprescindível a mitigação dos desafios para a capacitação educacional dos surdos. Para que isso ocorra, o Ministério da Educação e Cultura deve realizar a inserção de deficientes auditivos nas escolas, por meio da contratação de intérpretes e disponibilização de vagas em instituições inclusivas, com o objetivo de efetivar a inclusão social dos indivíduos surdos, haja vista que a escola é a máquina socializadora do Estado. Ademais, a escola deve preparar surdos e ouvintes para a convivência harmoniosa, com a introdução de aulas de Libras na grade curricular, a fim de uniformizar o laço social e, também, cumprir com a máxima de Nelson Mandela que constitui a educação como segredo para transformar o mundo. Poder-se-á, assim, visar a uma educação, de fato, inclusiva no Brasil (Fonte: https://g1.globo.com/educacao/noticia/leia-redacoes-nota-mil-do-enem-2017.ghtml ) Então, gostou da Redação da Beatriz Sevilha? Ela mandou muito bem, e você pode se inspirar no texto premiado com a nota máxima na correção do Enem para também conseguir chegar lá. Dica do Blog para mandar bem na Redação: No Curso Enem Gratuito você encontra aulas completas sobre como fazer a Redação do Enem. Bora lá! Tirar uma boa nota na Redação do Enem é muito importante. Muitas Universidades Públicas na hora do SISU colocam a Nota da Redação com o mesmo peso da média das notas das provas objetivas. Então, quem tira 800 na Redação, e fica com média de 700 nas provas objetivas, já pularia na nota de corte para 750 pontos! Não vacile, e pegue firme para mandar bem na Redação do Enem