O que é mercantilismo e quais suas principais características

O mercantilismo foi um conjunto de ideias e práticas econômicas que surgiram durante o século XVI na Europa. Saiba quais eram as suas características e diferentes tipos!

O mercantilismo foi um modelo econômico que vigorou na Europa na época da colonização da América. Foi ele que possibilitou o grande enriquecimento de nações como Inglaterra, França, Portugal, Espanha e Holanda. Neste resumo sobre mercantilismo você vai conhecer suas principais características, seus diferentes tipos e qual sua ligação com o absolutismo.

O que é mercantilismo

O mercantilismo foi um conjunto de práticas econômicas que vigoraram na Europa entre os séculos XVI e XIX e que estava à serviço das monarquias absolutistas. As práticas mercantilistas surgiram no contexto do início das grandes navegações e entraram em crise no século XVIII com a Revolução Francesa e a Revolução Industrial.

A palavra “mercantilismo” vem da importância que as atividades comerciais (ou mercantis) tiveram na economia da época. Para entender como o comércio ganhou tanta importância, confira a aula sobre o renascimento urbano e comercial e o vídeo do professor Felipe:

Características do mercantilismo

O mercantilismo variou de um país para outro, mas todos os modelos possuíram alguns elementos em comum. As principais características do mercantilismo foram:

  • Metalismo;
  • Balança comercial favorável;
  • Protecionismo;
  • Monopólios comerciais;
  • Incentivo às manufaturas;
  • Colonialismo.

Em seguida você verá mais detalhes de cada uma dessas características.

Metalismo ou Bulionismo

Naquela época, a riqueza de um Estado não era medida em dinheiro, mas sim em metais preciosos. Isso significa que quanto mais ouro e prata uma monarquia possuísse, mais rica ela seria. Por isso, muitos governos evitavam a saída de metais preciosos dos seus cofres.

Existiam duas maneiras de um Estado acumular metais. A primeira era exportando mercadorias, pois assim receberiam metais como ouro e prata em troca. A segunda forma era explorando os minérios encontrados nos territórios que os europeus colonizavam.

Balança comercial favorável

Este era um princípio decorrente do metalismo. Na época, o dinheiro era feito de ouro e prata. A fim de reter esses metais era necessário  exportar o máximo e importar o mínimo, obtendo um saldo positivo na balança comercial. Nessa situação, ocorria o chamado superávit comercial ou balança comercial favorável. Em contrapartida, se o valor das importações fosse maior do que das exportações, ocorria um déficit comercial ou balança comercial desfavorável.

Protecionismo

O protecionismo é uma forma de incentivo ao comércio, à indústria e à marinha mercante nacionais, protegendo-os da concorrência externa. Recomendava-se o aumento dos impostos sobre os produtos estrangeiros a fim de torná-los mais caros do que os nacionais. O protecionismo era colocado em prática principalmente em momentos de déficit comercial.

Características do mercantilismo

Monopólios comerciais

Os monopólios ocorriam de forma direta, quando o próprio Estado monopoliza por meios próprios alguma atividade. Mas o monopólio também ocorria quando o Estado concedia o monopólio do comércio de determina mercadoria a uma empresa particular por meio de um regime de arrendamento.

Estímulo às manufaturas locais

Ao aumentar a produção de bens manufaturados (tecidos e ferramentas, por exemplo), os governos abasteciam o mercado interno, exportavam mais e diminuíam as importações, o que rendia mais moedas para a Coroa.

Colonialismo

A exploração de colônias foi essencial para a existência do mercantilismo. Foi por meio dos recursos que as monarquias europeias extraíram da África, da Ásia e principalmente da América que elas conseguiram matérias-primas para suas manufaturas. Em seguida, vamos entender melhor como isso funcionava por meio do pacto colonial.

Porto de Cádiz - mercantilismoDetalhe do porto de Cádiz (Espanha) mostrando o comércio de produtos vindos das Índias Ocidentais, ou seja, da América. Gravura de 1565.

Pacto colonial

Os territórios colonizados eram explorados de acordo com o chamado pacto colonial. Apesar desse nome, não se tratava propriamente de um pacto propriamente dito. Isso porque suas condições que não resultavam de negociações entre as partes envolvidas, mas sim de uma imposição das metrópoles sob as colônias.

Através dessa imposição, a metrópole transformava as colônias em economias complementares às suas. Dessa forma, garantiam seu enriquecimento às custas dos territórios dominados e perpetuavam as práticas do mercantilismo.

Entre as regras do pacto colonial estava a proibição de as colônias produzirem artigos manufaturados. Elas só poderiam extrair metais preciosos e cultivar plantas que tivessem importância comercial para as metrópoles, como cana-de-açúcar, tabaco e algodão, por exemplo. Além disso, a produção agrícola de uma colônia poderia ser vendida apenas para a sua metrópole. Assim, os colonizadores garantiam o monopólio do comércio desses produtos.

O tráfico negreiro também fazia parte do esquema do pacto colonial. A fim de impedir que as moedas saíssem de seu território, algumas metrópoles utilizavam africanos escravizados como moeda de troca. Era mais uma forma de intervencionismo estatal para garantir a balança comercial favorável.

Tipos de mercantilismo

Apesar de o mercantilismo ter um conjunto de características definido, existiram tipos de mercantilismo que variavam de país para país. Na Inglaterra se praticava o comercialismo, na França o modelo era de industrialismo ou colbertismo, e na Espanha existia o bulionismo associado às plantations nas colônias. Enquanto isso, países como Portugal e Holanda tinham o modelo de mercantilismo atrelado totalmente às plantations.

Mercantilismo inglês

De todos os modelos de mercantilismo, o que assegurou a maior acumulação de metais foi o comercialismo da Inglaterra. Os ingleses investiram fortemente em sua marinha mercante e de guerra a fim de praticar o comércio em lugares do mundo todo. O acúmulo de metais sob forma de moeda possibilitaria o desenvolvimento da Revolução Industrial no século XVIII.

Mercantilismo francês

O industrialismo foi o modelo de mercantilismo criado por Jean-Baptiste Colbert (1619 – 1683), que foi ministro de Estado e da economia do rei Luís XIV. De acordo com o plano de Colbert, a França deveria priorizar a produção de manufaturas.

Entre as mercadorias produzidas se destacavam aquelas de luxo, pois poderiam ser exportadas com alto valor agregado. Os principais compradores eram membros das cortes de outras monarquias europeias. Assim, a França assegurava o superávit comercial.

Mercantilismo na Espanha

O modelo de mercantilismo espanhol é baseado na extração de metais preciosos das colônias. Essa era sua principal forma de obter uma balança comercial favorável. Foi por meio da mineração que, no século XVI, a Espanha se tornou a principal potência econômica do mundo.

Plantation

Este quarto modelo de mercantilismo foi aplicado por Portugal, Espanha e Holanda. Também conhecido como monocultura de exportação, consistiu no cultivo de um único produto em larga escala no território das colônias. Geralmente esses produtos eram caros e vendidos no mercado europeu. Assim, seu comércio proporcionavam altos lucros.

Videoaula

Agora, aproveite para conferir a videoaula do nosso canal no Youtube. O prof. Felipe explica tudo sobre o mercantilismo!

Exercícios sobre o Mercantilismo

Por fim, confira como este conteúdo é cobrado no Enem e nos vestibulares:

Mercantilismo

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Carla Regina da Silva

O texto desta aula foi preparado pela professora Carla Regina da Silva para o Blog do Enem. Carla é formada em licenciatura e bacharelado em História pela UFSC. https://www.facebook.com/carla.regina.779.
Categorias: Cai no Enem, Ciências humanas, História Tags: , , ,
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