Coesão e coerência textuais: o que são, exemplos e exercícios

Uma Redação cujo texto apresente Coesão e Coerência sai na frente para conseguir uma boa avaliação no Encceja ou no Enem. Você sabe o que é Coesão e Coerência? Tire as dúvidas e veja os macetes para mandar bem.

Muitas vezes, quando se fala em coesão e coerência, as pessoas sabem o que é, mas não conseguem identificar maneiras de empregar essas ferramentas com facilidade. Ambos os termos são fundamentais para aqueles que precisam se dar bem no Enem.

As várias partes de um texto devem estar relacionadas entre si. Isso quer dizer que as ideias expostas devem estar interligadas de forma que se compreenda, com clareza, o que se pretende dizer. Coesão e coerência são, portanto, elementos clássicos para alcançar um bom texto dissertativo-argumentativo. Mas aqui vamos entender melhor o que é cada um deles e como utilizá-los de forma correta.

O que é coesão

A coesão refere-se à estrutura de um texto. O que faz ele ser bem construído e sólido é a coesão. Em qualquer modalidade de texto, captar a atenção do leitor é fundamental.

Um texto coeso é aquele que apresenta uma sequência lógica de eventos. Frases, orações e parágrafos são relacionados harmonicamente. Um texto coeso garante que os argumentos utilizados pelo redator sejam entendidos.

Para alcançar tal nível de compreensão, cada termo deve fazer referência a outro item. Imagine seu texto como se fosse uma espiral na qual todos os elementos estão entrelaçados e dão continuidade um ao outro. Dessa forma o texto terá sentido e, portanto, será um texto coeso.

A coesão textual está relacionada ao sentido entre os elementos que compõe um texto. O texto é coeso se está bem estruturado quanto à utilização de conectivos, se ­­os verbos estão empregados adequadamente e quando os termos substitutivos, como os pronomes, referenciam adequadamente ao termo a que se referem.

Elementos coesivos que podem ser utilizados na redação

Os elementos de coesão são as palavras de transição, também conhecidas como conectores, que estabelecem uma relação entre os enunciados. Como o próprio nome sugere, essas expressões conectam as orações e tornam os termos dependentes entre si. O resultado será um texto mais interessante e de leitura agradável.

São exemplos de conectores: “inicialmente”, “ainda por cima”, “afinal”, “portanto”, “posteriormente”, “segundo”, “em outras palavras”, “e”, “mas”, “porém”, “além disso” e “a propósito”.

Os tempos verbais também garantem a coesão textual. Começar um parágrafo com o verbo no tempo presente e terminar conjugando-o no passado dificulta a compreensão. Isso acontece porque os tempos verbais estão relacionados com os acontecimentos relatos no texto e, portanto, devem fazer sentido entre si.

Tipos de coesão textual: referencial e sequencial

A língua tem disponível uma série de ferramentas que criam vínculos entre as palavras, as orações e entre diferentes partes de um mesmo texto. Essas ferramentas podem estabelecer dois tipos de coesão textual: a referencial e a sequencial.

  • Coesão referencial é aquela que cria, no interior do texto, um sistema de relação entre palavras e expressões. Ela permite que o leitor identifique sobre quais referências se fala no seu texto.
  • Coesão sequencial é, aquela que desenvolve no interior do texto condições para que o “discurso avance”.

Coesão sequencial

As muitas flexões verbais de tempo e modo e as conjunções são os principais termos linguísticos responsáveis pelo estabelecimento e manutenção da coesão sequencial no interior do seu texto. Dessa maneira a relação entre coesão e coerência se mantem mais forte ainda.

Portanto é possível salientar que as ferramentas de coesão sequencial, ou seja, os termos utilizados a fim de garantir a articulação formal das partes do seu texto, são essenciais para estabelecer a relação entre as ideias.

Por esse motivo, estudante, um bom controle das ferramentas coesivas ajuda a garantir a progressão temática e a promover uma boa articulação das ideias, informações e argumentos no interior do texto.

Coesão referencial

Da mesma maneira que algumas placas de trânsito nos dizem para seguir em frente, podemos utilizar palavras cuja função é orientar os leitores de um texto. Esses termos se forem usadas de maneira equivocada, fará com que o leitor fique confuso e desorientado.

Conheça abaixo algumas ferramentas responsáveis pelo estabelecimento da coesão referencial.

  • Anáfora

A palavra anáfora vem do grego e é formada pelo prefixo ana, que quer dizer “repetição”, e pelo verbo pheró, que quer dizer “transportar”, “suportar”, “manter”.

Ela consiste na repetição de uma ou mais palavras no início de orações, períodos ou versos num poema. É uma ferramenta bastante utilizada em poemas e letras de músicas, por exemplo.

Essa figura de linguagem também se dá pela utilização de pronomes demonstrativos e pronomes relativos que substituem palavras ditas em orações anteriores.

Por exemplo observe este diálogo:

_Você assistiu ao filme?
_Eu não. Ele é muito longo.
_Ah! é mesmo?
_Sim! Tão longo que, só nas primeiras cenas que ele traz, eu já peguei no sono.

O pronome pessoal ele retoma, anaforicamente ao referente: filme, presente na primeira fala do diálogo. Já o elemento que, um pronome relativo, retoma seu antecedente – cenas – fazendo com que a oração seguinte signifique “que o filme traz”.

Quando optamos por “não repetir palavras”, mostramos ao revisor, além do domínio da norma culta, nosso poder de coesão.

  • Substituição

Substituição nada mais é do que substituição de uma palavra por outra que, com ela, podemos manter o mesmo significado ou sentindo.

Pode ocorrer por meio e pronomes também. Exemplo:
“Existem pessoas que acreditam que o sistema de cotas só serve para evidenciar o preconceito. Mas, há também as que pensam que se trata de uma política de governo, cuja manutenção é resultado da boa vontade do futuro presidente, o qual deverá basear a sua política na expansão desses programas sociais.”

Note que o pronome cujo substitui o termo: política de governo. O pronome qual substitui o termo: futuro presidente. Já o pronome possessivo sua substitui, ainda, o termo futuro presidente.

  • Catáfora

Esse artifício faz parte das ferramentas que te ajudam a manter a coesão e coerência do texto sem cansar o leitor. Por isso que alguns pronomes são conhecidos como catafóricos. Estes são aqueles que fazem menção a uma palavra que ainda aparecerá no texto, estabelecendo com ela uma relação dependente. Veja os exemplos abaixo e entenda como essa figura de linguagem pode te ajudar:

O que é coerência

Coerência é aquilo que dá sentido ao conteúdo escrito, que encadeia bem as ideias e ainda te leva a uma conclusão incrível. Qualquer distração na hora de redigir um texto pode resultar em algum deslize na coerência do seu texto. De nada adianta escrever de forma coesa e produzir um texto incoerente.

Um texto incoerente é aquele que possui frases como: “Mariana esquentou a água, por isso o chá está frio”. Se Mariana esquentou a água, o chá deveria estar quente. Ou seja, não há sentido entre os elementos da frase.

As ideias precisam ter uma relação lógica de causa e consequência para fazer sentido.  Dizer que “Rafael era um esportista nato. Havia raquetes de tênis, bolas de futebol e roupas de ginástica espalhadas por toda a casa”, faz bastante sentido, não é mesmo? As frases estão conectadas, há uma relação de sentido e de relevância entre elas.

Os exemplos acima são bastante simples, mas demonstram como um bom texto é um todo significativo de ideias que apresentam relações lógicas e complementares umas às outras. Uma sequência deve dar sentido à próxima e fazer referência à sentença anterior.

O uso da coesão e coerência na redação

Há dois elementos importantes que serão avaliados em sua redação do Enem ou do Encceja: Coesão e Coerência. Você não consegue distinguir coesão de coerência? Então vamos dar uma mãozinha para que você não tenha mais dúvidas.

Se por um lado os elementos coesivos (conjunções, pronomes e outros) ligam partes de um texto e estabelecem relação lógica de sentido entre enunciados; por outro, a coerência é a lógica entre as afirmações feitas e as consequências delas decorrentes.

Exemplo de coesão e coerência:

  • Observe, na frase a seguir, o emprego da conjunção ‘mas’, que estabelece, normalmente, relação de oposição:
  • Gosto de ir a festas, mas vou a sua festa.

O emprego desse elemento coesivo nesse contexto estabelece uma incoerência. Não existe lógica entre “gostar de festa” e a ideia oposta de “ir à festa”, pois o termo que interliga estabelece relação de oposição. Agora, dê uma olhada na frase seguinte:

  • Gosto de ir a festas, mas não posso ir a sua.
  • A relação de oposição está clara, houve encadeamento das duas ideias opostas: o fato de gostar de festas e a impossibilidade de ir à festa.

Videoaula sobre coesão e cerência

Confira agora com a professora Dani, do canal Curso Enem Gratuito, um vídeo rápido de cinco minutos  em que ela apresenta a você as diversas possibilidades de estabelecer Coesão e Consistência na Redação:

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