A Redação do Enem vale até 1000 pontos. Conseguir mais de 700 ajuda você a passar em Medicina, Direito, Psicologia, Engenharias, Jornalismo, Arquitetura e outros cursos com disputa apertada. Veja o texto dissertativo-argumentativo:
E quem é que não quer mandar bem na Redação do Enem? Tirar uma boa nota é tudo de bom para vencer as Notas de Corte do Sisu, do Fies ou do Prouni. Mas, para chegar lá é preciso entender o estilo de texto que o Ministério da Educação exige. Veja aula completa, inclusive com modelos de Redação aprovados com nota 1000.
A pedida oficial do MEC para a Redação do Enem é o texto Dissertativo-Argumentativo. Traduzindo: você precisa escrever (dissertar) sobre o tema proposto estabelecendo uma posição, um ponto de vista sustentado em dados ou fatos que possar dar suporte à sua opinião (argumentar).
Como fazer a Redação do Enem
O Guia Oficial da Redação do Enem exige que você apresente uma Proposta de Intervenção acerca da situação ou do problema apresentado no Tema da Redação. O Enunciado de cada ano do Enem apresenta um “Tema” e um conjunto de textos ou dados de apoio para fazer uma contextualização. Veja aqui uma lista de Temas de Redação com chance de cair na prova.
Achou difícil compreender o estilo Dissertativo-Argumentativo?
Então, vamos descomplicar. Vamos simplificar para você dominar bem este fundamento e compreender como elaborar o texto da Redação do Enem e mandar bem. Veja como é a Estrutura do texto dissertativo-argumentativo.
- Existe uma sequência básica para este modelo de texto. Veja:
- 1 – Estabelecer um Ponto de Vista com a sua Abordagem sobre o Tema (introdução);
- 2 – Apresentar os Argumentos para sustentar o seu Ponto de Vista (desenvolvimento); e,
- 3 – Fechar com uma Proposta de Intervenção para resolver ou pelo menos “encaminhar” uma solução para o problema (conclusão), e que contemple uma perspectiva considerando os Direitos Humanos.
Veja como a sequência da Estrutura da Redação do Enem aparece no Guia Oficial do MEC:
Se essa ordem a partir do Tema, contemplando a Tese (Introdução); os Argumentos (Desenvolvimento); e fechando com a Proposta de Intervenção (Conclusão) não for respeitada, o leitor ficará confuso e não vai entender qual tese o autor está defendendo.
É preciso ser coeso e conciso no texto da Redação do Enem, pois o limite do texto é de apenas 30 linhas. A consequência nas provas para um texto confuso será tirar uma nota baixa, pois neste caso o avaliador é o leitor.
O texto Dissertativo-Argumentativo
Veja agora uma aula de 5 minutos com a professora Tharen Teixeira, do canal Curso Enem Gratuito, para você revisar a Estrutura do texto dissertativo-argumentativo. Em seguida continue neste post para aprender como fazer cada parágrafo da Redação do Enem.
Veja agora as características de cada parágrafo da Estrutura da Redação do Enem para que o seu texto consiga uma boa nota na hora da avaliação:
1 – A Introdução da Redação
Não é sem razão que este primeiro parágrafo do texto é chamado de introdução. É nessa parte da Redação do Enem que você vai expor (apresentar) as principais questões a serem abordadas no restante do texto. No primeiro parágrafo o leitor terá uma dimensão geral do assunto, e vai entender as razões pelas quais a discussão do problema é relevante.
E nessa hora que você deve envolver o leitor e ser criativo o bastante para instigá-lo a continuar a leitura. Uma boa forma de fazer isso é relacionar o tema a aspectos pessoais e/ou sociais contemporâneos. Mostre como essa questão pode afetar a vida das pessoas, e como a sociedade está se relacionando com a questão apresentada.
Uma boa maneira de treinar a introdução dentro do modelo da estrutura da redação do Enem nos seus textos de rascunho é ler. Ler sempre, e pelo menos uma vez por semana passar os olhos em artigos de jornais e revistas. Veja uma aula com foco na Introdução da Redação.
Como fazer a Introdução Perfeita
O primeiro passo para tirar uma boa nota na Redação é conquistar os avaliadores logo na introdução. Veja as dicas da professora Dani de Floripa, do canal do Curso Enem Gratuito, para você fazer a Tese e o Ponto de Vista perfeitos:
Mandou bem a professora Daniela. Agora é você se fixar nestas dicas para mandar bem também.
2 – O Desenvolvimento da Redação do Enem
Essa parte da sua redação pode ser resumida em uma única palavra: argumentação. É aqui que as informações mais polêmicas devem aparecer. Nesse espaço, você também pode dar voz a visões opostas sobre o assunto.
Tudo o que foi levantado na introdução deve ser discutido aqui. As melhores dicas dos professores indicam que você reserve ao menos dois parágrafos para que todos os dados e referências fiquem claras para o leitor. Desenvolva uma ideia diferente para cada parágrafo.
Os exemplos utilizados para dar sustentação aos argumentos ou ao seu Ponto de Vista devem ser bastante representativos para situar o leitor e estabelecer uma comunicação com o Tema. Imagine que seus exemplos são uma espécie de pontos luminosos do seu texto.
Pense que os exemplos devem ser claros o bastante para dar ainda mais legitimidade aos seus argumentos dentro da estrutura da Redação do Enem. Veja uma aula com foco no Desenvolvimento da Redação.
Não perca este vídeo do Curso Enem Gratuito em que a prof. Dani ensina a fazer um desenvolvimento sem defeitos!
3 – A Conclusão da Redação
Se a palavra-chave do desenvolvimento é argumentação, no último parágrafo o termo que você deve ter em mente é solução. Você levantou uma determinada questão ao longo do texto, certo? Agora é a hora de apresentar as possíveis saídas para o problema.
No parágrafo final da dissertação você deve retomar o que apresentou na introdução, de modo a reforçar o problema discutido até ali. A diferença é que, na conclusão, você apresentará soluções sobre as questões levantadas anteriormente.
Fechando bem a Conclusão – As frases-chave de cada parágrafo também serão retomadas. Dessa forma, quando o leitor terminar a leitura, estará certo de que você propõe as melhores soluções possíveis para os problemas apresentados ao longo do texto, sem deixar de lado uma perspectiva de Direitos Humanos. Veja uma aula com foco na Conclusão da Redação.
Responda seis perguntas para uma Redação Enem Nota Mil:
- Qual o problema?
- Por que se trata de um problema?
- Quais as causas para tal problema?
- Há alguma solução?
- Como e por que colocar tal solução em prática?
- Como essa proposta pode, de fato, resolver o problema?
As respostas a estas seis perguntas orientam a produção da Redação do Enem – Uma vez respondidas essas questões, elabore um projeto de texto e defina com mais detalhes a tese a ser defendida.
A Redação nota 1000
Para tirar uma boa nota na Redação é preciso seguir a estrutura do texto e ainda somar pontos nas Cinco Competências cobradas pelo Ministério da Educação na hora da correção.
Veja em cinco minutos uma aula com foco nestes aspectos, para você se ligar. Depois da aula com a professora Tharen, continue no post para ver 10 Modelos de Redação Enem nota 1000:
Os 10 passos para o texto Dissertativo-Argumentativo:
- Anote suas ideias em uma folha de rascunho.
- Tome cuidado para escolher uma tese que você conheça profundamente e possa defender com desenvoltura.
- A partir dessa fase, você começa a colocar “a mão na massa”.
- Seu principal foco no rascunho deve ser o conteúdo, e não tanto a gramática e ortografia, que você pode corrigir na hora de passar a limpo.
- Dê mais importância para a organização de seus argumentos. Suas ideias devem fazer sentido.
- Apresente seus argumentos de forma harmoniosa para que a leitura do texto seja fluida, ou seja, fácil de ler e de compreender.
- A coerência e a organização valorizam cada ponto de seus argumentos.
- Quanto mais fácil for para o corretor entender seu texto, maiores as chances de garantir uma boa nota.
- Antes de passar a limpo, confira se o seu texto contempla a estrutura clássica de Introdução, Desenvolvimento e Conclusão.
- Cuidado no tamanho da letra. Não escreva muito para ter que “apertar a letra” para não estourar o limite das 30 linhas.
Modelos da Redação do Enem nota 1000
Veja agora redações que foram aprovadas com nota máxima na correção oficial do Enem nas edições de 2018 e 2017. Não tem segredo. Você também pode chegar lá. Veja os textos premiados:
Lívia de Alencar Taumaturgo – Enem 2018. Aluna de colégio SAS (Ari de Sá).
Segundo as ideias do sociólogo Habermas, os meios de comunicação são fundamentais para a razão comunicativa. Visto isso é possível mencionar que a internet é essencial para o desenvolvimento da sociedade.
Entretanto, o meio virtual tem sido utilizado muitas vezes para a manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados, podendo induzir o indivíduo a compartilhar determinados assuntos ou a consumir certos produtos.
Isso ocorre devido à falta de políticas públicas efetivas que auxiliem o indivíduo a “navegar” de forma correta na internet, e à ausência de consciência, de grande parte da população, sobre a importância de saber utilizar adequadamente o meio virtual. Esta realidade constitui um desafio a ser resolvido não somente pelos poderes públicos, mas também por toda a sociedade.
No contexto relativo à manipulação do comportamento do usuário pode-se citar, no século XX, a Escola de Frankfurt, já abordava sobre a “ilusão de liberdade do mundo contemporâneo”, afirmando que as pessoas eram controladas pela “Indústria Cultural”, disseminada pelos meios de comunicação de massa.
Atualmente, é possível traçar um paralelo com esta realidade, visto que milhões de pessoas no mundo são influenciadas, e, até mesmo manipuladas, todos os dias, pelo meio virtual, por meio de sistemas de busca ou de redes sociais, sendo direcionadas a produtos específicos, o que aumenta, de maneira significativa, o consumo exacerbado.
Isso é intensificado devido à carência de políticas públicas efetivas que auxiliem o indivíduo a “navegar” corretamente na internet, explicando-lhe sobre o funcionamento do controle de dados e ensinando-lhe como ser um consumidor consciente.
Ademais, é importante destacar que grande parte da população não tem consciência da importância da utilização, de forma correta, da internet, visto que as instituições formadoras de conceitos morais e éticos não têm preconizado como deveriam, o ensino de uma “polarização digital”, como faz o projeto Digipo (“Digital Polarization Initiative”), o qual auxilia os indivíduos acessarem páginas confiáveis e, assim diminuir o compartilhamento de notícias falsas, que muitas vezes, são lançadas por moderadores virtuais.
Neste sentido, como disse o empresário Steve Jobs, “a tecnologia move o mundo”, ou seja, é preciso que medidas imediatas sejam tomadas para que a internet possa ser utilizada no desenvolvimento da sociedade, ajudando as pessoas a se comunicarem plenamente.
Portanto, cabe aos estados, por meios de leis e de investimentos, com o planejamento adequado, estabelecer políticas públicas efetivas que auxiliem a população a “navegar” de forma correta na internet, mostrando às pessoas a relevância existente em utilizar o meio virtual racionalmente, a fim de diminuir de maneira considerável, o consumo exacerbado, que é intensificado pela manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados.
Além disso é de suma importância que as instituições educacionais promovam, por meio de campanhas de conscientização, para pais e alunos, discussões engajadas sobre a imprescibilidade de saber usar, de maneira cautelosa, a internet, entendendo a relevância de uma “polarização digital” para conscientização da razão comunicativa, com intuito de utilizar o meio virtual para o desenvolvimento pleno da sociedade.
Viu só que bem elaborado o texto da Lívia? Mereceu mesmo esta nota máxima na Redação do Enem. Agora, antes de ler o próximo texto premiado, veja em cinco minutos as dicas sobre como elaborar a Tese e criar a Introdução da Redação do Enem com a professora Dani de Floripa, do canal Curso Enem Gratuito. Depois tem a Redação nota 1000 da Maria Juliana
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Redação Enem nota 1000: Maria Juliana Bezerra da Costa – Aluna SAS – 017
Em razão de seu caráter excessivamente militarizado, a sociedade que constituía a cidade de Esparta, na Grécia Antiga, mostrou-se extremamente intolerante com deficiências corpóreas ao longo da história, tornando constante inclusive o assassinato de bebês que as apresentassem, por exemplo.
Passados mais de dois mil anos desta prática tenebrosa, ainda é deploravelmente perceptível, sobretudo em países subdesenvolvidos como o Brasil, a existência de atos preconceituosos perpetrados contra essa parcela da sociedade, que são o motivo primordial para que se perpetue como difícil a escolarização plena de deficientes auditivos.
Esse panorama nefasto suscita ações mais efetivas tanto do Poder Público quanto de instituições formadoras de opinião, com o escopo de mitigar os diversos empecilhos postos frente à educação desta parcela social.
É indubitável, de fato, que muitos avanços já foram conquistados no que tange à efetivação dos direitos constitucionais garantidos aos surdos brasileiros.
Pode- se mencionar, por exemplo, a classificação da Libras – Língua Brasileira de Sinais como segundo idioma oficial da nação em 2002, a existência de escolas especiais para surdos no território no Brasil e as iniciativas privadas que incluem esses cidadãos como partícipes de eventos – como no caso da plataforma do Youtube Educação, cujas aulas sempre apresentam um profissional que traduz a fala de um professor para a língua de sinais.
Apenas medidas flagrantemente pontuais como essas, contudo, são incapazes de tornar a educação de surdos efetiva e acessível a todos que necessitam dela, visto que não só a maioria dos centros educacionais está mal distribuída no país, mas também a disponibilidades de professores específicos ainda é escassa, além de a linguagem de sinais ainda ser desconhecida por grande parte dos brasileiros.
No que tange à sociedade civil, nota-se a existência de comportamentos e de ideologias altamente preconceituosos contra os surdos brasileiros.
A título de ilustração, é comum que pais de estudantes ditos “normais” dificultem o ingresso de alunos portadores de deficiência auditiva em classes não específicas a eles, alegando que tal parcela tornará o “ritmo” da aula mais lento; que colegas de sala difundam piadas e atitudes maldosas e que empresas os considerem inaptos à comunicação com outros funcionários.
Essas atitudes deploravelmente constantes no Brasil ratificam a máxima atribuída ao filósofo Voltaire: “Os preconceitos são a razão dos imbecis”.
Urge, pois, a fim de tornar atitudes intolerantes restritas à história de Esparta, que o Estado construa mais escolas para deficientes auditivos em municípios mais afastados de grandes centros e promova cursos de Libras a professores da rede pública – por meio da ampliação de verbas destinadas ao Ministério da Educação e da realização de palestras com especialistas na educação de surdos –, em prol de tornar a formação educacional deles mais fácil e mais inclusiva.
Outrossim, é mister que instituições formadoras de opinião – como escolas, universidades e famílias socialmente engajadas – promovam debates amplos e constantes acerca da importância de garantir o respeito e a igualdade de oportunidades a essa parcela social, a partir de diálogo nos lares, de seminários e de feiras culturais em ambientes educacionais.
Assim, reduzir-se-ão os empecilhos existentes hoje em relação à educação de surdos na Nação, e formar-se-ão cidadãos mais aptos a compreender a necessidade de respeito a eles, afinal, segundo o filósofo Immanuel Kant: “O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele”.
Então, você percebeu a qualidade da Redação da Maria Juliana?
Mandar bem para obter uma Redação Enem nota mil exige dedicação. Mas, dá sim para chegar lá. Veja as dicas do Blog do Enem para você buscar este objetivo:
Quatro passos da Redação Nota 1000 |
1 – A Estrutura da Redação |
2 – Como fazer a Introdução da Redação |
3 – Como defender um ponto de vista |
4 – Três técnicas para fazer a Conclusão |
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Ana Beatriz Vasconcelos Coelho – Redação Enem 2017 nota mil – Aluna SAS
No atual contexto social brasileiro, a inclusão de surdos nas instituições de ensino é um verdadeiro desafio que, muitas vezes, não é realizado de forma efetiva, gerando implicações negativas para toda a população. Essa situação fomenta uma atuação mais empenhada por parte do Poder Público e da sociedade em geral no sentido de evidenciar causas e de buscar soluções conjuntas para mudar a referida realidade.
Acerca dessa discussão, é válido ressaltar que, apesar da criação do Estatuto da Pessoa com deficiência, no ano de 2016, o qual garante um sistema inclusivo em todos os níveis de ensino para os indivíduos portadores de deficiência, o país ainda carece de escolas preparadas para acolher esses estudantes.
A referida precariedade tem como uma de suas causas a falta de preocupação das autoridades públicas em formar professores capacitados a oferecer aulas em libras, pois, apesar dessa forma de comunicação já ser reconhecida como a segunda língua oficial do país, ela ainda é pouco difundida.
Com isso, é possível inferir que, ao negligenciar o aprimoramento da formação educacional de surdos, o Estado não está agindo de acordo com o pensamento do economista Arthur Leuris, o qual afirma que, gastos com educação são investimentos com retorno garantido.
Ademais, outra grande dificuldade ao oferecer uma educação de qualidade para os surdos é o preconceito que eles podem sofrer. Segundo dados publicados no jornal Estadão, cerca de 77% dos deficientes já foram vítimas de alguma forma de agressão, como o preconceito.
Tal circunstância pode ser extremamente prejudicial para esses alunos, já que, o sentimento de inferioridade causado pode ser determinante para que haja a evasão escolar.
Portanto, cabe ao Estado voltar mais recursos para a criação de cursos que ofereçam aulas de libras para professores que desejam atuar no ensino de alunos surdos, isso pode ser alcançado por meio de uma administração de gastos mais responsável, visando a capacitação de mais profissionais aptos para exercer essa profissão.
Além disso, é dever da comunidade escolar realizar campanhas educativas sobre o respeito que todos devem ter pelos portadores de necessidades especiais, tais ações devem ser feitas por meio de “banners” e palestras com profissionais especializados no assunto, com o fito de diminuir a evasão escolar desses indivíduos e os casos de preconceito que eles sofrem.
Ester Godinho Sousa – Redação Enem 2017 nota mil. Aluna SAS
A plenitude do processo educacional das populações é uma questão essencial para o desenvolvimento psicossocial nas nações, visto que práticas basilares, como a manutenção de vínculos empregatícios e o exercício da cidadania, são bastante facilitados.
No Brasil, entretanto, esse setor vem sendo prejudicado por problemas estruturais e sociais históricos, a exemplo da insuficiência de projetos voltados à educação inclusiva, que são evidenciados nos prejuízos durante a formação intelectual da expressiva parcela populacional de surdos, como a dificuldade de ingresso no mercado de trabalho, fatos que contrariam os preceitos dos Direitos Humanos e reduzem o desempenho socioeconômico da nação.
Diante disso, os desafios para a formação educacional dos surdos no Brasil representam uma questão de urgente resolução.
Decerto, um dos principais desafios referentes à problemática é a inserção efetiva dos deficientes auditivos no sistema de educação fundamental devido, principalmente, à insuficiência de práticas inclusivas, como cursos sistemáticos de capacitação dos docentes para a utilização da Língua Brasileira de Sinais, aliada à ocorrência expressiva de casos de violência e de discriminação, como o “bullying”, que difundem a sensação de vulnerabilidade social e prejudicam a permanência desses alunos no ambiente escolar.
Tendo em vista esses aspectos, mudanças jurídicas, como a implementação da lei que obriga as instituições de ensino a matricularem alunos portadores de deficiência sem a cobrança de pagamentos adicionais, vêm auxiliando no combate à discriminação dos surdos e no acesso regular a todas as etapas de ensino.
Entretanto, a fiscalização insuficiente da aplicabilidade dessa medida ainda limita o registro de melhorias mais efetivas.
Além do desafio supracitado, a difusão histórica de estereótipos inferiorizantes relacionados aos surdos prejudica o ingresso efetivo de muitos jovens com formações educacionais exemplares no mercado de trabalho, mesmo diante do progresso representado pela efetivação da Lei de Cotas, que determina a ocupação de um número significativo de cargos nas empresas por portadores de deficiência; fato que reduz a população economicamente ativa do país e dificulta a garantia de outros direitos fundamentais dos surdos, como o acesso a atividades de lazer, que dependem diretamente da conquista de independência financeira, por exemplo, desestimulando, assim, a continuidade das atividades educacionais por esses indivíduos.
Logo, é necessário que ONGs em defesa da causa enviem petições para o governo cobrando maiores investimentos em práticas inclusivas no setor educacional, como o oferecimento de cursos gratuitos de capacitação dos docentes para a democratização do ensino e a integração efetiva dos surdos, aliados à intensificação da fiscalização da aplicação das leis relacionadas já existentes, por meio de campanhas que estimulem as denúncias populacionais sobre escolas que rejeitam o ingresso de alunos surdos, por exemplo, para que a identificação e o combate de situações discriminantes e violentas sejam facilitadas, estimulando, assim, a valorização desses indivíduos e o desempenho adequado de suas capacidades psíquicas nesse nível educacional.
Ademais, profissionais conscientes, como médicos, podem ministrar palestras, para serem divulgadas no meio virtual, que esclareçam sobre o fato das capacidades psicológicas não serem afetadas por problemas auditivos, para que estereótipos preconceituosos sejam “descontruídos”, facilitando, assim, o desempenho psicossocial desses indivíduos surdos e o progresso da nação.
A Redação Enem nota 1000 do Marcus Vinícius M. de Oliveira – Aluno SAS
No Brasil, o início do processo de educação de surdos remonta ao Segundo Reinado. No entanto, esse ato não se configurou como inclusivo, já que se caracterizou pelo estabelecimento de um “apartheid” educacional, ou seja, uma escola exclusiva para tal público, segregando-o dos que seriam considerados “normais” pela população.
Assim, notam-se desafios ligados à formação educacional das pessoas com dificuldade auditiva, seja por estereotipação da sociedade civil, seja por passividade governamental.
Portanto, haja vista que a educação é fundamental para o desenvolvimento socioeconômico do referido público e, logo, da nação, ela deve ser efetivada aos surdos pelos agentes adequados, a partir da resolução dos entraves vinculados a ela.
Sob esse viés, pode-se apontar como um empecilho à implementação desse direito, reconhecido por mecanismos legais, a discriminação enraizada em parte da sociedade, inclusive dos próprios responsáveis por essas pessoas com limitação.
Isso pode ser explicado segundo o sociólogo Talcot Parsons, o qual diz que a família é uma máquina que produz personalidades humanas, o que legitima a ideia de que o preconceito por parte de muitos pais dificulta o acesso à educação pelos surdos.
Tal estereótipo está associado a uma possível invalidez da pessoa com deficiência e é procrastinado, infelizmente, desde o Período Clássico grego, em que deficientes eram deixados para morrer por serem tratados como insignificantes, o que dificulta, ainda hoje, seu pleno desenvolvimento e sua autonomia.
Além do mais, ressalte-se que o Poder Público incrementou o acesso do público abordado ao sistema educacional brasileiro ao tornar a Libras uma língua secundária oficial e ao incluí-la, no mínimo, à grade curricular pública. Contudo, devido à falta de fiscalização e de políticas públicas ostensivas por parte de algumas gestões, isso não é bem efetivado.
Afinal, dados estatísticos mostram que o número de brasileiros com deficiência auditiva vem diminuindo tanto em escolas inclusivas – ou bilíngues – como em exclusivas, a exemplo daquela criada no Segundo Reinado. Essa situação abjeta está relacionada à inexistência ou à incipiência de professores que dominem a Libras e à carência de aulas proficientes, inclusivas e proativas, o que deveria ser atenuado por meio de uma maior gerência do Estado nesse âmbito escolar.
Diante do exposto, cabe às instituições de ensino com proatividade o papel de deliberar acerca dessa limitação em palestras elucidativas por meio de exemplos em obras literárias, dados estatísticos e depoimentos de pessoas envolvidas com o tema, para que a sociedade civil, em especial os pais de surdos, não seja complacente com a cultura de estereótipos e preconceitos difundida socialmente.
Outrossim, o próprio público deficiente deve alertar a outra parte da população sobre seus direitos e suas possibilidades no Estado civil a partir da realização de dias de conscientização na urbe e da divulgação de textos proativos em páginas virtuais, como “Quebrando Tabu”.
Por fim, ativistas políticos devem realizar mutirões no Ministério ou na Secretaria de Educação, pressionando os demiurgos indiferentes à problemática abordada, com o fito de incentivá-los a profissionalizarem adequadamente os professores – para que todos saibam, no mínimo, o básico em Libras – e a efetivarem o estudo da Língua Brasileira de Sinais, por meio da disponibilização de verbas e da criação de políticas públicas convenientes, contrariando a teórica inclusão da primeira escola de surdos brasileira.
Nota da Redação do Blog do Enem: As redações foram publicadas na íntegra, e mantidos os textos originais na transcrição. A única alteração realizada foi a de abrir espaços a cada ‘ponto’ utilizado pelos autores, com o propósito de facilitar a leitura das redações em dispositivos móveis.
A equipe do Blog do Enem agradece a cooperação do Colégio Ari de Sá e da direção da Rede SAS Plataforma para a publicação dos textos aprovados na condição de Redação Enem nota mil. E, em especial à professora Larissa Souza, coordenadora de Redação no Sistema SAS.