Veja como surgiram os Estados Unidos, o México, as Guianas, o Brasil, e os países de língua espanhola da América do Sul. Revise as principais características dos processos de conquista e ocupação do continente americano. Aula gratuita.
Vamos revisar o conteúdo América Colonial Espanhola, Francesa, Inglesa e Holandesa e deixá-lo afiado para o Enem.
Os processos de ocupação da América Colonial por nações européias obedeceu características específicas para cada metrópole, que resultaram em diferentes formas de colonização. Sabemos que espanhóis e portugueses, por terem largado na frente no contexto das Grandes Navegações acabaram por ocupar grande parte do chamado mundo novo.
No entanto, nações como França, Inglaterra e Holanda participaram ativamente do processo de conquista, seja por meio da pirataria ou através do estabelecimento de colônias próprias. Aos holandeses cabe citar também o importante papel que desempenharam no desenvolvimento do mercado do açúcar produzido por colonos portugueses no nordeste brasileiro: eles foram os maiores financiadores da produção, sendo também os principais distribuidores do produto no mercado europeu.
América Colonial Espanhola:
Os conquistadores espanhóis que vieram para ocupar a América Colonial acreditavam, inicialmente, que a atividade colonial representava a chance de obtenção de riquezas, sobremaneira em virtude do imediato contato com metais preciosos extraído pelos povos indígenas em determinadas regiões da América espanhola.
Tal fato terá grande influência sobre a destruição das culturas e populações indígenas, sendo o metalismo a maneira mais fácil de implementar o mercantilismo. O acumulo de metais é mais prático do que o desenvolvimento de culturas agrícolas que demandam etapas que requerem maior investimento, e sobremaneira tempo para gerar capital.
Assim, a partir de 1519 tem inicio o processo de ocupação da América por Hernán Cortez, na região do México, território da cultura asteca. Diego Almagro e Francisco Pizarro fizeram o mesmo ao dominar os Incas e as minas de prata de Potosí, região do atual Peru, entre 1531 e 1534. Foi um marco de aceleração pelos espanhóis na América Colonial.
Tendo dominado as regiões, a Corôa Espanhola deu início ao processo de ocupação e colonização, adotando inicialmente o sistema de “Adelantado”, que autorizava a exploração de determinada região mediante a cobrança de impostos e taxas, dentro do sistema de exclusivo comercial.
No entanto, a presença da autoridade do Estado Espanhol só fez aumentar ao longo dos anos subseqüentes e novas formas de organização seriam implementadas. Dessa forma, todo o território colonial espanhol foi posteriormente dividido em duas formas de organização: Vice-Reinos e Capitanias Gerais.
Nos Vice-Reinos a principal atividade econômica remetia a exploração ou escoamento dos metais precisos, enquanto as Capitanias Gerais dedicavam-se a produção agrícola, muitas vezes destinada para o abastecimento dos Vice-Reinos. Todavia, na produção agrícola e pecuária voltadas para a exportação havia a predominância de produtos tropicais como açúcar, cacau, tabaco, entre outros.
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Diferente de Portugal, a Espanha optou pela exploração do trabalho compulsório indígena, ao invés da utilização da mão-de-obra cativa africana, o que não quer dizer que não existiam escravos africanos na América Colonial Espanhola. Existiam, porém, em menor número. A exploração do trabalho forçado indígena se deu de duas diferentes maneiras: mita e Encomienda.
A mita era aplicada pela própria coroa nas áreas de exploração de metais preciosos, ou seja, nos Vice-Reinos. Ela tinha por base um costume incaico de exploração do trabalho do indígena por quatro meses por ano em condições mais do que precárias.
Por sua vez, a encomienda consistia na exploração do indígena na produção agrícola. O encomendiero (Colono Espanhol) recebia autorização da coroa para a exploração indígena, mas em troca deveria responsabilizar-se pela catequização dos explorados. Ou seja, além de ter sua liberdade cerceada, sua fé também era negada e forçado a adotar a religião dos invasores.
A sociedade da América Colonial Espanhola desenvolveu um modelo próprio, com diferentes castas sociais. No topo da pirâmide encontravam-se os Chapetones, espanhóis de nascimento que migraram para a América e ocupavam os maiores postos dentro da hierarquia colonial.
Um pouco abaixo estavam os Criollos, filhos de espanhóis nascidos na América, formavam a elite, eram comerciantes e fazendeiros que formaram a elite política do território colonial espanhol. Por fim, mestiços, indígenas e negros formavam as camadas mais baixas da sociedade, com poucos ou nenhum direito, eram explorados por Chapetones e Criollos.
Para fixar ainda mais a aula sobre a América Colonial Espanhola assista a videoaula abaixo:
América Colonial Inglesa:
O processo de ocupação da América do Norte por Ingleses teve início no século XVII e foi dividido entre duas companhias de comércio distintas, que aplicaram modelos de exploração igualmente distintos.
O território ao sul, formado pelas colônias da Geórgia, Carolina do Sul, Carolina do Norte e Virgínia e Maryland, administrado pela Companhia de Londres, foi moldado segundo o padrão de exploração português e espanhol (colônia de exploração) baseado no sistema de Plantation, ou seja, ao sul investiu-se na produção de gêneros tropicais com a utilização de mão-de-obra escrava africana, e voltada para o mercado externo. Como resultado temos uma sociedade de base aristocrática.
As colônias do Norte, Delaware, Pensilvânia, Nova York, Nova Inglaterra, Massachussetts, Connecticut, New Hempshire, Rhode Island e Nova Jersey, foram administradas pela Companhia de Plymouth, obedeceram a um estilo diferente de colonização, onde o foco não foi propriamente o acumulo de capital e as praticas mercantilistas.
Todavia, o motivo para este diferente sistema tem relação com as constantes perseguições religiosas que ocorriam em território inglês desde a instituição das religiões protestantes.
Desta forma, entre as centenas de colonos que migraram para as colônias do norte estavam os chamados puritanos (Calvinistas Ingleses), que viram na migração para a América Colonial em busca de maior segurança para a prática de sua Fé. Assim, a região foi marcada desde cedo pela o desejo de desenvolvimento, investindo-se na produção familiar dos mais diversos gêneros e atividades, com vistas para a formação e fortalecimento de um mercado interno.
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A Guerra da Secessão nos Estados Unidos
As diferenças entre os modelos de colonização aplicados ainda marcariam de maneira emblemática a história dos Estados Unidos da América no século XIX durante a guerra da secessão. Onde sulistas escravocratas enfrentariam nortistas adeptos da abolição da escravidão.
Para tirar todas as dúvidas sobre o assunto, assista a vídeo aula sobre os Ingleses, franceses e holandeses no Novo Mundo:
https://www.youtube.com/watch?v=uOcekb6WIzg
Colonização Francesa – Fracasso no Brasil
Os Franceses inicialmente dedicaram-se ao contrabando e pirataria, bem como a invasão de territórios portugueses e espanhóis, visto que estes dois últimos possuíam mais territórios e buscavam ocupá-los para protegê-los. No entanto, o contingente colonial não era suficiente para garantir a posse das terras.
Nesse contexto a França invadiu o Brasil Colônia por duas vezes instalando a França Antártica (Rio de Janeiro) e França Equinocial (Maranhão), mas tais ocupação foram duramente expulsas pelas forças portuguesas. Ao norte do continente americano os franceses instalaram duas colônias, Quebec (Canadá) e Louisiana (Centro dos Estados Unidos), além do Haiti, Tobago, Martinica, Guadalupe nas Antilhas (América Central). Juntamente com os Holandeses ocuparam as Guianas ao norte da América do Sul.
Dica 3: Se você não lembra como foi o processo de colonização no Brasil, clique aqui, revise, resolva os exercícios e fique afiado para o Enem!
Os holandeses, por meio da Companhia das Índias Ocidentais estabeleceram na América do Norte a Colônia de Nova Amsterdã. No entanto, o território foi tomado pelos ingleses e rebatizado de Nova Iorque. Nas Antilhas, conforme dito anteriormente estabeleceram a Guiana Holandesa e tentaram fixar-se no Brasil durante o período da União Ibérica (1580 -1640).
Nesse período ocuparam vasto território da região nordeste do Brasil colonial por cerca de 20 anos, sendo posteriormente expulsos pelos portugueses. A animosidade entre Espanha e Holanda esta ligada aos episódios da Guerra dos 30 Anos, quando os países baixos buscaram eliminar o domínio espanhol em seus territórios.
Para finalizar e deixar vocês afiados para o Enem, resolvam os exercícios sobre a América Colonial. O gabarito se encontra no final da página. Boa sorte!
Exercícios sobre a América Colonial:
1- As tentativas francesas de estabelecimento definitivo no Brasil ocorreram entre a segunda metade do século XVI e a primeira metade do século XVII. As regiões que estiveram sob ocupação francesa foram:
a) Rio de Janeiro (França Antártica) e Pernambuco (França Equinocial);
b) Pernambuco (França Antártica) e Santa Catarina (França Equinocial);
c) Bahia (França Equinocial) e Rio de Janeiro (França Antártica);
d) Maranhão (França Equinocial) e Rio de Janeiro (França Antártica);
e) Espírito Santo (França Equinocial) e Rio de Janeiro (França Antártica).
Resposta: D
2- As invasões holandesas no Brasil, no século XVII, estavam relacionadas à necessidade de os Países Baixos manterem e ampliarem sua hegemonia no comércio do açúcar na Europa, que havia sido interrompido
a) pela política de monopólio comercial da Coroa Portuguesa, reafirmada em represália à mobilização anticolonial dos grandes proprietários de terra.
b) pelos interesses ingleses que dominavam o comércio entre o Brasil e Portugal.
c) pela política pombalina, que objetivava desenvolver o beneficiamento do açúcar na própria colônia, com apoio dos ingleses.
d) pelos interesses comerciais dos franceses, que estavam presentes no Maranhão, em relação ao açúcar.
e) pela Guerra de Independência dos Países Baixos contra a Espanha, e seus conseqüentes reflexos na colônia portuguesa, devido à União Ibérica.
Resposta: E
3- Durante o século XVII, grupos puritanos ingleses perseguidos por suas ideias políticas (antiabsolutistas) e por suas crenças religiosas (protestantes calvinistas) abandonaram a Inglaterra, fixando-se na costa leste da América do Norte, onde fundaram as primeiras colônias. A colonização inglesa nessa região foi facilitada:
a) pela propagação das ideias iluministas, que preconizavam a proteção e o respeito aos direitos naturais dos governados.
b) pelo desejo de liberdade dos puritanos em relação à opressão metropolitana.
c) pelo abandono dessa região por parte da Espanha, que então atuava no eixo México-Peru
d) pela possibilidade de explorar grandes propriedades agrárias com produção destinada ao mercado europeu.
e) pelas consciências políticas dos colonos americanos, desde logo treinados nas lutas coloniais
Resposta: A
4- Leia o texto abaixo:
“Aqueles que foram de Espanha para esses países (e se têm na conta de cristãos) usaram de duas maneiras gerais e principais para extirpar da face da terra aquelas míseras nações. Uma foi a guerra injusta, cruel, tirânica e sangrenta. Outra foi matar todos aqueles que podiam ainda respirar ou suspirar e pensar em recobrar a liberdade ou subtrair-se aos tormentos que suportam, como fazem todos os senhores naturais e os homens valorosos e fortes; pois comumente na guerra não deixam viver senão mulheres e crianças: e depois oprimem-nos com a mais horrível e áspera servidão a que jamais tenham submetido homens ou animais.”
LAS CASAS, Frei Bartolomeu de. O paraíso destruído. Brevíssima relação da destruição das Índias [1552]. Porto Alegra: L&PM, 2001.
O trecho do texto de Las Casas aponta o processo de dizimação das populações indígenas americanas por parte dos espanhóis. Além da guerra, os processos de trabalho e o controle disciplinar imposto resultaram na morte de milhões de habitantes nativos da América. Dentre os processos de trabalho impostos aos indígenas e que resultaram em sua mortandade, destaca-se:
a) a escravidão imposta a eles, semelhante a dos africanos levados à América para trabalhar na extração de metais.
b) a encomienda, um processo de trabalho compulsório imposto a toda uma tribo para executar serviços agrícolas e extrativistas.
c) o assalariamento, pago em valores muito baixos e geralmente em espécie.
d) a parceria, onde os indígenas eram obrigados a trabalhar na agricultura e nas minas, destinando dois terços da produção aos espanhóis.
Resposta: B