Revise sobre a República Oligárquica (1894 a 1930) nesta aula de História do Brasil República. Os latifundiários dominavam o país. A ruptura começa com o Tenentismo na década de 1920. A República Oligárquica termina com a Revolução de 1930, que leva Getúlio Vargas ao poder. Veja!
A eleição de Prudente de Morais, em 15 de novembro de 1894, simbolizou o retorno da classe latifundiária ao poder da nação, num ciclo conhecido como A República Oligárquica, que dura até 1930, quando Getúlio Vargas assume o Poder.
Os presidentes do ciclo da ‘República Oligárquica’ foram Prudente de Morais (1894 – 1898); Campos Sales (1898 – 1902); Rodrigues Alves (1902-1906); Afonso Pena (1906-1909); Nilo Peçanha (1909-1910); Hermes da Fonseca (1910-1914); Venceslau Brás (1914-1918); Delfim Moreira (1919); Epitácio Pessoa (1919-1922); Artur Bernardes (1922-1926); e, Washington Luís (1926-1930). Os presidentes deste período da República Oligárquica não tiveram vida fácil.
Prudente de Morais, por exemplo, precisou enfrentar a chamada Guerra de Canudos, uma revolta popular social liderada pelo místico Antônio Conselheiro, ocorrida na região nordestina.
Rebeliões Armadas no Sul do Brasil
Outro presidente do ciclo da República Oligárquica que enfrentou rebeliões armadas internas foi Hermes da Fonseca (1910 a 1914). Da mesma forma que na região Nordeste, pregadores místicos também existiam na Região Sul, e que lideraram milhares famílias de trabalhadores que atuavam na derrubada de madeira para exportação na fronteira dos estados do Paraná e Santa Catarina. Com o esgotamento da atividade econômica o desemprego chegou e o clima de insatisfação virou a revolta armada do Contestado. Veja aula gratuita sobre o período de Hermes da Fonseca na presidência. Entenda nesta aula como ocorreram a Revolta da Chibata e a Guerra do Contestado.
O Presidente Venceslau Brás (1914-1918) governou o país nos tempos conturbados do cenário internacional. Estouraram naquele período a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), que foi um sangrento conflito de trincheiras que redesenhou os mapas da Europa, do Oriente Médio e de uma parte da África, e também eclodiu a Revolução de 1917, na Rússia, que originou o comunismo naquele país.
O governo do presidente Artur Bernardes (1922-1926) foi marcado por conflitos internos. As Forças Armadas demonstravam insatisfação com os caminhos da política dos fazendeiros.
E, jovens oficiais criaram um movimento de combate à corrupção e ao atraso na política denominado ‘Tenentismo’, que percorreu os caminhos do país colocando novas ideias em campo. As sementes do Tenentismo vingaram, e terminaram por Getúlio Vargas ao poder em 1930. Veja uma aula especial sobre o Tenentismo.
Introdução sobre a República Oligárquica
Confira no resumo do Canal Curso Enem Gratuito, disponível no Youtube.
Muito bom este resumo do professor Felipe. Ajuda você a compreender todo o conteúdo desta aula.
O Fim da República Oligárquica
O último presidente a governar durante a República Oligárquica foi Washington Luís, de 1926 a 1930. Ele enfrentou a crise econômica mundial, com auge da Depressão Econômica de 1929, e que culminou com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque em 1930, prejudicando fortemente economias periféricas como a do Brasil.
O clima de contestação interno era liderado pelos membros do Tenentismo, que apoiaram Getúlio Vargas como candidato a presidente da República.
O candidato eleito nas urnas foi o paulista Júlio Prestes. Mas, o resultado foi contestado por suspeitas de corrupção. Um levante militar com origem nos estados do Rio Grande do Sul, de Minas Gerais e da Paraíba dominou a cena política e se confirmou vitorioso. Veja nesta foto os líderes militares da Revolução de 1930.
Assim, Getúlio Vargas chega ao poder e vira Presidente da República num movimento conhecido como A Revolução de 1930. Foi o fim da República Oligárquica. Veja uma aula gratuita sobre A Era Vargas na Presidência da República:Getúlio Vargas foi o presidente que mais tempo ficou no poder em toda a história do Brasil. Ele governou com mão de ferro de 1930 até 1945, quando foi obrigado pelos militares a deixar o poder.
No entanto, Getúlio Vargas voltou ao poder pelo voto direto em 1950, e cometeu suicídio em 1954, ainda na presidência. Veja aqui o polêmico período de Vargas na condição de ditador, no Estado Novo instaurado em 1937 (veja aula gratuita).
Veja A Guerra de Canudos – Conflitos na República Oligárquica
Entre as principais crises internas enfrentadas pela República Oligárquica esteve a Guerra de Canudos, na Região Nordeste do país. O nordeste era dominado pela miséria, pela fome provocada pelas secas e terras de pouca fertilidade, e pelo analfabetismo. Esta situação devastadora facilitou a ação dos chamados messias nordestinos, que eram pregadores dos sertões que anunciavam catástrofes e a salvação para àqueles que os seguissem.Fotografia de Flávio de Barros, de 1897 mostrando crianças com os soldados na Guerra de Canudos.
O mais importante destes homens messiânicos foi Antônio Vicente Mendes Maciel, conhecido como Antônio Conselheiro. Conselheiro possuía um discurso contra a República e um grande número de seguidores, o que preocupou os poderes locais. Com o auxílio do governo, ataques foram feitos à cidade de Canudos. Quatro expedições e muitas mortes depois, enfim Canudos foi destruído. O saldo de mortos desta expedição “restauradora da civilização” foi de mais de vinte mil pessoas.
O governo de Prudente de Morais foi marcado por crises econômicas, ainda veiculadas à política de encilhamento, inaugurada com a proclamação da República. Além disso, crises diplomáticas ocorreram com a Inglaterra, pois os ingleses decidiram tomar a Ilha da Trindade.
O governo de Campos Sales (1898 – 1902)
Ao assumir o governo, encontrou um país politicamente estabilizado, porém severamente endividado. Preocupou-se, portanto, em estabilizar a situação econômica do país com negociações de dívida externa, cortes de despesas, aumento de impostos e diminuição de salários.
Manuel Ferraz de Campos Sales conseguiu consolidar plenamente a “República dos Fazendeiros”, idealizada por Prudente de Morais, pelos cafeicultores e pelo Partido Republicano Paulista. Governou entre 1898 e 1902, criando a chamada “Política dos Governadores”, acordo no qual os governadores, em troca de aprovação das atas eleitorais, os deputados “eleitos” dariam apoio ao governo federal.
No seu governo, o chamado “coronelismo” foi dominante. Os “coronéis” eram, neste contexto, chefes locais que negociavam com governos estaduais e federal, trocando favores por votos. Como o voto não era secreto neste período, era possível manipular os eleitores. Assim, o voto dos pobres era a barganha e moeda de troca dos coronéis.
Uma verdadeira máquina eleitoral foi montada no governo de Campos Sales, não havendo nenhum tipo de órgão que fiscalizasse estas atitudes fraudulentas.
Em seu governo, ocorreu o acordo conhecido como “política do café-com-leite”, que consistia no apoio de São Paulo em relação à Minas Gerais na sucessão presidencial, e Minas Gerais apoiaria São Paulo para o plano seguinte, caracterizando um rodízio entre paulistas e mineiros no poder do país. Assim, as oligarquias permaneceram no controle da máquina do Estado.Inaugurando a política do café-com-leite, a sucessão presidencial ficou com o paulista, Rodrigues Alves.
Rodrigues Alves (1902 – 1906)
O governo de Rodrigues Alves iniciou com as finanças equilibradas, e com a máquina política devidamente configurada, por conta da Política dos Governadores.Avenida Central do Rio de Janeiro, em 1910. Imagem demonstra as reformas urbanas ocorridas no início do século XX.
Uma das características marcantes do governo de Alves foi a preocupação com a recuperação do centro urbano do Rio de Janeiro, a então capital da República. Um grande esforço foi feito a fim de “europeizar” a capital.
O presidente comandou a reurbanização e um novo saneamento para a cidade, derrubando centenas de prédios, a fim de abrir novas e largas avenidas. Inclusive o porto foi ampliado, devolvendo à cidade a condição de porta de entrada e cartão de visitas do país.
É importante destacar que enquanto essas reformas tomavam conta da cidade, a parte mais pobre da população era automaticamente empurrada para as periferias, o que resultava numa crise social escondida por trás dos novos ares urbanos.
O sanitarista Osvaldo Cruz organizou uma Campanha de Vacinação Obrigatória contra a Varíola. A reação da população, porém, foi longe daquela intencionada pelo sanitarista, uma vez que as pessoas achavam que a vacina transmitiria a doença, ao invés de evitá-la. Uma revolta por conta da imposição da vacina aconteceu, o que abalou os alicerces do país. A Revolta da Vacina, como ficou conhecida, contou com forte repressão.Retrato de Osvaldo Cruz.
No governo de Rodrigues Alves destaca-se também a questão do Acre, onde o Brasil lutou com a Bolívia pelo domínio das terras da borracha. Esta questão teve fim com um acordo que estipulou o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas pelo território. O fim do governo de Alves teve a primeira crise de superprodução do café, o que fazia com que o preço da saca de café caísse devido à grande produção.
Afonso Pena (1906 – 1909)
Em 1906, o mineiro Afonso Pena assumiu o governo, conforme a política café-com-leite. Este governo caracterizou-se por medidas de proteção ao café, estímulo à imigração europeia, melhoria da rede ferroviária nacional e apoio às forças armadas. Em 1909, Afonso Pena faleceu e seu vice, Nilo Peçanha, assume a presidência.
Os anos seguintes, foram marcados por grave crise política, uma vez que a política do café-com-leite foi rompida com as candidaturas de Rui Barbosa e Hermes da Fonseca, grande defensor das forças militares.
Desafios sobre a República Oligárquica no Brasil
Questão 01
Como ficou conhecido o conflito que envolveu a presença de messias na região do nordeste, durante o governo do presidente Prudente de Morais?
a) Revolta dos Canhões
b) Rebelião dos Coronéis
c) Guerra de Canudos
d) Luta Armada de Canudos
e) Guerra Militar contra Messianismo
Dica 1 – Relembre tudo sobre a Crise do Segundo Reinado nesta aula preparatória para a prova de História Enem. Estude conosco para o Exame Nacional do Ensino Médio! – https://blogdoenem.com.br/segundo-reinado-crise-historia-enem/
Questão 02
Como era chamada a política instituída entre os estados de São Paulo e Minas Gerais, que resultava na alternância destes estados no poder do país?
a) Política Mesclada
b) Acordo de Canudos
c) Política dos Governadores
d) Política do Café-com-Leite
e) Acordo Mineiro e Paulista.
Dica 2 – Revise sobre o período conhecido como República Velha nesta aula de História Enem. Tire todas suas dúvidas para a prova do Exame Nacional do Ensino Médio – https://blogdoenem.com.br/brasil-republica-historia-enem/
Questão 03
O governo de Rodrigues Alves é caracterizado por uma profunda transformação urbana. Estas transformações urbanas referem-se:
a) ao processo de crescimento das cidades nordestinas, particularmente a cidade de Recife.
b) ao processo de modernização da cidade do Rio de Janeiro, particularmente à derrubada de cortiços para a construção da Avenida Central.
c) ao movimento organizado dos moradores da cidade do Rio de Janeiro que se opuseram à construção da Avenida Central.
d) à construção da Avenida Central na cidade de São Paulo e ao surgimento de um espaço moderno nos moldes europeus.
e) ao processo de urbanização da cidade do Rio de Janeiro com o fim dos problemas de moradia na cidade
Dica 3 – Estude sobre o Período Regencial, o momento histórico de muitos conflitos social e revoltas separatista em mais esta aula de História Enem – https://blogdoenem.com.br/periodo-regencial-historia-enem/
Questão 04
(MACKENZIE) – A hegemonia política dos Estados economicamente fortes e populosos, São Paulo e Minas Gerais, durante a República Velha, foi viabilizada através:
a) do apoio de grupos militares vinculados ao tenentismo.
b) da política dos governadores que, articulando os governos estadual e federal, anulava totalmente a oposição.
c) de movimentos sociais populares de apoio ao Estado oligárquico.
d) da instituição do voto secreto e fim da representação proporcional.
e) da Constituição de 1891, que estabeleceu um Estado unitário e fortemente centralizado.
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