As angiospermas são caracterizadas por serem plantas vasculares e por serem as únicas a produzirem frutos. Atualmente, elas formam o maior grupo de plantas do nosso planeta.
As angiospermas são o grupo de plantas mais biodiverso da Terra, tendo cerca de 230 mil espécies. O grupo das angiospermas corresponde a nossa principal fonte de alimento e produz uma enorme variedade de flores que colorem e aromatizam as paisagens. Conheça suas principais características e como ocorre seu ciclo de vida!
O que são angiospermas
As angiospermas são caracterizadas pela presença de flores, frutos e de vasos condutores de seiva. Os frutos têm como objeto facilitar sua reprodução e dispersar suas sementes.
Enquanto isso, as flores nada mais são que folhas modificadas (os carpelos) que, após a fecundação, se fecham e formam uma espécie de vaso, como uma caixinha, em volta da semente. É daí que vem o nome das angiospermas: angio = vaso + esperma = semente.
Exemplos de angiospermas
As angiospermas possuem uma enorme variedade de formatos e tamanhos: há desde plantas herbáceas até grandes árvores. Não é difícil identificar quais plantas são angiospermas visto que são aquelas que podem produzir flores e frutos.
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Introdução às plantas Angiospermas
Veja agora com a professora de Botânica Claudia Aguiar, do canal do Curso Enem Gratuito, as principais características das plantas Angiospermas:
Características das angiospermas
- São plantas vasculares: assim como as gimnospermas e as pteridófitas, as angiospermas são plantas vasculares. Isso significa que essas plantas possuem tecidos que servem para conduzir substâncias ao longo de seu organismo. Existem dois tipos de vasos condutores que cumprem essa função: o xilema e o floema.
- Órgãos e estruturas: os órgãos vegetativos das angiospermas são a raiz, o caule e as folhas. A anatomia desses órgãos é extremamente variada, com diferentes adaptações.
- Flores e sementes: da mesma forma que as gimnospermas, as angiospermas são plantas fanerógamas. Isso porque possuem flores e sementes. Apesar disso, as flores das angiospermas são mais complexas do que aquelas encontradas nas gimnospermas. A principal diferença é que a maioria das flores das angiospermas possuem cores, cheiros e outros atrativos para os polinizadores. As gimnospermas, por sua vez, não possuem esses diferenciais.
Flores das angiospermas
As flores são os órgãos reprodutivos de uma planta. Em geral, as angiospermas apresentam flores monoicas (hermafroditas), ou seja, que possuem o sexo masculino e o feminino numa mesma flor.
Além das estruturas envolvidas na produção de gametas, as flores geralmente possuem outras estruturas envolvidas na atração de polinizadores, como pétalas e nectários.
Estrutura das flores
Pedúnculo: também chamado de haste, o pedúnculo é uma estrutura que prende a flor ao caule e sustenta as demais estruturas florais.
Receptáculo: é uma porção dilatada da extremidade do pedúnculo. O receptáculo serve de base para a inserção das folhas modificadas que formam as estruturas forais. Além disso, no receptáculo podem se formar nectários.
Nectários: estrutura que geralmente desenvolve o receptáculo. O nectário produz néctar, líquido adocicado cuja principal função é atrair polinizadores, como borboletas, abelhas, beija-flores e morcegos.
Cálice: é composto de sépalas, folhas pouco modificadas que protegem o botão da flor durante seu desenvolvimento antes de desabrochar.
Corola: geralmente é a parte mais vistosa da flor. É composta pelas pétalas, que são um conjunto de folhas modificadas. As pétalas possuem cores e formas variadas e podem secretar diferentes odores para atrair os diferentes polinizadores. Além disso, as pétalas ajudam a proteger os verticilos mais internos.
Exemplos de flores com pétalas que exalam aromas para atrair os polinizadores.
Androceu: é a parte masculina da flor. As folhas que formam o androceu são muito modificadas (nem parecem folhas!) são os estames.
Gineceu: é a parte feminina da flor. O gineceu é constituído por folhas modificadas que se fecham e formam os carpelos.
Estrutura da flor de uma angiosperma
Para entender melhor a formação e a função de cada parte da flor, veja nossa aula sobre as flores das angiospermas.
Ciclo de vida das angiospermas
A imagem abaixo mostra um resumo de como é o ciclo de vida das angiospermas. Em seguida você verá uma descrição de como ocorre cada uma das etapas da reprodução das angiospermas.
Desenho esquemático indicando as etapas do ciclo de vida de uma angiosperma. Fonte da imagem: LOPES, Sonia; ROSSO, Sérgio. Bio, vol. 2, 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
Vamos começar a analisar o ciclo de vida das angiospermas pela formação do gameta masculino. Em seguida, veremos como se formam os gametas femininos. Por fim, vamos ver como ocorre a união dos gametas masculino e feminino.
Produção dos gametas masculinos
Nos estames, que estão na parte masculina da flor, há uma estrutura chamada sacos polínicos. É nessa parte que são produzidos os esporos ou microsporângios. Em cada saco polínico há várias células-mãe dos esporos que, ao sofrerem meiose, formam esporos haploides. Enquanto ainda estão nos sacos polínicos, os esporos haploides vão sofrer mitoses, formando os gametófitos masculinos, ou seja, os grãos de pólen.
Nessas mitoses, cada célula-mãe forma dois tipos de células: a célula reprodutora e a célula vegetativa (que irá produzir o tubo polínico). Em volta dessas duas células há uma capa protetora formada por duas paredes: a interna e celulósica, chamada de intina, e a externa e mais resistente, chamada de exina.
Desenho esquemático demonstrando o corte horizontal de uma antera e as etapas da produção dos gametas masculinos.
Formação dos gametas femininos
No interior do ovário da flor, um ou vários macrosporângios (óvulos) ficam presos ao ovário por um pedúnculo. Em volta de cada óvulo há um tecido chamado de nucela. Esse tecido é protegido por dois tegumentos: o externo, chamado de primina, e o interno, que se chama secundina.
Esses tecidos possuem uma abertura chamada de micrópila. Dentro da nucela, a célula-mãe do esporo sofre meiose, formando quatro megásporos haploides. Destes quatro megásporos, apenas um sobrevive (muito parecido com o que ocorre na produção de gametas femininos nos animais).
Dois dos núcleos dos óvulos (glóbulos polares) que não sobrevivem se unem e formam o núcleo secundário do saco embrionário. Assim, surge o gameta feminino, que é chamado de saco embrionário.
Desenho esquemático demonstrando um corte transversal do gineceu de uma flor, onde é possível observar tanto a formação dos gametas femininos quanto do tubo polínico gerado a partir do grão de pólen após a polinização. O tubo polínico será o responsável por leva os gametas masculinos até a oosfera.
Polinização e reprodução das angiospermas
Para que os gametas das angiospermas se unam, é necessário que ocorra a polinização. Nas angiospermas, na maioria das vezes, o transporte do grão de pólen é feito pelos animais.
Uma vez que o grão de pólen entra em contato com o estigma (extremidade da parte feminina da flor), ele começa a formar uma estrutura tubular – o tubo polínico. Esse tubo cresce, penetrando a parte feminina da flor em direção ao ovário.
Dentro do tubo, o núcleo da célula geradora se divide, formando duas células espermáticas (haploides) que funcionam como gametas masculinos. Ao chegar ao ovário, o tubo polínico penetra no óvulo através de sua abertura (micrópila) e ocorre uma dupla fecundação (fenômeno característico das angiospermas). Uma das células espermáticas se une à oosfera, originando um zigoto que através de inúmeras mitoses irá originar um embrião diploide.
A outra célula espermática irá se fundir ao núcleo do saco embrionário, originando uma célula triploide que formará um tecido triploide. Esse tecido é o albúmen ou endosperma, e é responsável por reservar substâncias nutritivas para o embrião. Após a fecundação, o ovário irá inchar formando o fruto e os óvulos fecundados formarão sementes.
O embrião é formado por radícula (origina a raiz), caulículo (origina a parte inferior do caule), gêmula (origina a parte superior do caule e as folhas) e cotilédone (folha com reserva de nutrientes). O número de cotilédones é utilizado para dividir as angiospermas em monocotiledôneas e eudicotiledôneas.
Classificação das angiospermas
As angiospermas podem ser classificadas em monocotiledôneas ou eudicotiledôneas. Veja no quadro a seguir a comparação entre as principais características de cada uma:
Monocotiledôneas
As monocotiledôneas são as plantas cujas sementes possuem apenas um cotilédone com reservas nutritivas para o embrião. Além disso, as monocotiledôneas possuem as seguintes características:
- Folhas com nervuras paralelas
- Caule possui estrutura interna com feixes vasculares dispersos
- As raízes possuem um sistema radicular fasciculado, o que quer dizer que não há uma raiz principal
- O grão de pólen possui uma abertura
- Suas flores possuem verticilos organizados com base no número 3 ou seus múltiplos (flores trímeras).
São exemplos de monocotiledôneas as seguintes plantas: bambu, arroz, milho, trigo, aveias, cebola, banana, bromélia, lírio, alho, centeio, orquídeas.
Eudicotiledôneas
O grupo das eudicotiledôneas possui plantas cujas sementes contêm dois cotilédones desenvolvidos para a nutrição do embrião. Suas principais características são as seguintes:
- Folhas com nervuras reticuladas
- Caule possui estrutura interna com feixes vasculares dispostos em forma de anel
- As raízes possuem um sistema radicular pivotante ou axial, o que quer dizer que há uma raiz principal
- O grão de pólen possui três aberturas
- Suas flores possuem verticilos organizados com base no número 4 ou 5 ou seus múltiplos (flores tetrâmeras ou pentâmeras, respectivamente).
São exemplos de eudicotiledôneas as grandes árvores como o ipê, o mogno, as canelas, o garapuvu, o abacateiro, a cerejeira, a goiabeira, assim como várias plantas herbáceas, como o morangueiro e a margarida.
Os Biomas Brasileiros
E aí, curtiu o nosso resumo sobre as angiospermas? Então, que tal ver também uma videoaula sobre os Biomas Brasileiros? Confira todos os sete: 1 Pantanal; 2 Amazônia; 3 Cerrado; 4 Caatiga; 5 Campos Sulinos; 6 Mata Atlântica:
Exercícios sobre as plantas Angiospermas
1 – (UNICAMP SP/2021)
A dupla fecundação é um processo característico em angiospermas, resultando na formação do zigoto e do núcleo triploide. As sementes com cotilédones, embrião, endosperma e casca são formadas e protegidas no interior dos frutos. Considerando a origem e a ploidia das estruturas citadas, assinale a alternativa correta.
a) O núcleo triploide (3n) é formado pela junção dos núcleos polares com o núcleo espermático.
b) O zigoto (2n) é formado a partir dos núcleos polares e da oosfera, oriundos dos sacos embrionário e polínico.
c) Os carpelos originam o ovário, que se transforma nos cotilédones (2n) e na casca da semente.
d) O endosperma (3n) origina-se do núcleo triploide, formando posteriormente os cotilédones da semente.
2 – (UECE/2020)
As angiospermas são plantas
a) vasculares com fertilização dupla e sementes no interior de folhas modificadas.
b) avasculares com fertilização dupla e sementes no interior de frutos.
c) vasculares com autofertilização e sem sementes.
d) avasculares com autofertilização e sementes no interior de vagens.
3 – (SANTA CASA SP/2020)
Suponha que a figura esquematizada represente a flor do cajueiro.
(www.ck12.org. Adaptado.)
De acordo com a figura, a estrutura denominada
a) pétala é um verticilo derivado evolutivamente do caule.
b) ovário se desenvolve no fruto carnoso.
c) antera é responsável pela formação das oosferas.
d) carpelo contém a abertura por onde saem os grãos de pólen.
e) pedúnculo se desenvolve no pseudofruto do caju.
GABARITO:
- A
- A
- E